04 • Jantar Trágico

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Ela é como a heroína mais pura já criada, injetada diretamente em minhas veias, uma explosão avassaladora que reverbera em minha alma como a devastação da bomba de Hiroshima

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Ela é como a heroína mais pura já criada, injetada diretamente em minhas veias, uma explosão avassaladora que reverbera em minha alma como a devastação da bomba de Hiroshima. Esse é o impacto que ela provoca em mim. Valentina é o meu ópio, o ponto de serenidade e equilíbrio em meio ao caos. Tê-la ao meu lado é como flutuar para um mundo que, antes dela, permanecia oculto para mim.

Valentina foi rebelde no começo da nossa relação, ela lutou, chorou e esperneou, tentou quebrar a porta, e fez inúmeras ações na vã tentativa de sair da ala que eu a mantive, foram longos meses até que eu conseguisse domá-la, lentamente. Ela era corajosa, e eu admirava isso, mas eu não tolerava ser desobedecido como ela fazia, então eu precisei puni-la algumas vezes até que ela aprendesse como se comportar comigo, até que ela entendesse o seu lugar.

E ela entendeu.

Gradativamente sua resistência foi sendo reduzida e ela começou a ser mais dócil e obediente. As punições eram dadas para isso, eu sabia como fazê-las de modo que ela não pensaria duas vezes antes de tentar algo estúpido. A cereja do bolo era fazê-la se satisfazer sexualmente de maneira intensa após cada uma de suas punições. A cada punição que eu dava, o orgasmo que a fazia sentir era maior, inundando seu cérebro de ocitocina, a deixando maleável, suscetível, manipulável.

Mulheres são muito mais hormonais que homens, e eu usava isso em meu benefício. Ela já tinha uma tendência natural ao masoquismo, eu só estimulei esse seu lado ao máximo. Aos poucos seu cérebro começou a associar a dor da punição ao prazer, e mesmo que ela não notasse, começou a criar uma dependência da minha presença, e ter esse poder sobre ela era explosivo. Viciante. Saboroso.

Eu notava a cada dia a sua dependência aumentar, mesmo que ela lutasse contra. Ela não percebia, mas seu comportamento ia mudando de raiva para expectativa. De ódio para desejo. A cada dia que eu a fazia esperar por mim, ela não ficava mais temerosa, mas ela ficava ansiosa para que eu chegasse. A cada orgasmo ela atingia um ponto novo de satisfação. Ela não teria isso com mais ninguém além de mim. Eu me tornei o dono de seu prazer, seu doloroso e hediondo prazer.

Eu me tornei para ela a mesma droga que ela se tornou para mim.

Hoje a noite faria um ano que ela entrou na minha vida desde o dia que transamos no depósito. Ela não sabe, Valentina perdeu a noção do tempo dentro de sua gaiola dourada, sondando seus pensamentos notei que para ela se passou no máximo seis meses, mas já faz um ano e vejo o quanto evoluímos nossa relação. Estamos quase chegando ao ponto que eu desejo para seguir com meus planos.

Valentina foi ligeiramente doce comigo, e isso me afetou mais do que deveria. Ela era cordial, obediente e submissa, e nos últimos dois meses tem sido um perfeito exemplar do que eu considero ideal, mas doce, isso é algo que ela jamais havia sido comigo, e eu não sabia o quanto eu gostaria de vê-la assim até de fato vê-la agindo assim. Eu queria mais. Eu estava aguando, desejoso por mais.

Conto Dark: ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora