12 - você nunca me olharia como todo mundo olha

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JungKook's view. 

-O que eu não faço por você, hein... - o resmungar contínuo de Kim SeokJin me fazia ficar ainda mais tenso. 

No dia seguinte, com tudo planejado e um aperto imenso no peito me matando e tirando meu sono, os caras me ajudaram com o tal do grande gesto. Eu ainda tentava me convencer de que eu estaria mesmo fazendo aquilo.

Quando chegamos na escola, quando vi alguns dos alunos cruzando o corredor só pra não interferirem no meu caminho, meu sangue gelou e eu pensei em desistir. 

Depois daquilo, talvez fosse o caminho de Jimin que todos evitariam. 

NamJoon nos guiou até a saleta do jornal da escola. Era uma salinha miúda, com abertura para outra sala maior, onde ficavam os computadores e copiadoras. Eles tinham um belo equipamento.

-Eu nunca peço nada! - se defendeu o Kim. 

-Os anúncios duram em média meia hora. - falava enquanto se movia estrategicamente no cômodo. 

Ascendeu as luzes brancas, fechou as persianas de tonalidade clara. Marchou até a outra sala maior, destrancando-a com uma das chaves do chaveiro barulhento que carregava. O chaveiro do Mário daquele jogo lá, balançava conforme girava as chaves. 

-Posso te dar dez minutos, vai ser o tempo necessário para a diretora perceber o que está acontecendo e vir aqui. - continuava a falar. Novamente ligou as luzes da outra sala, e nós o seguimos para dentro. -O autofalante é simples de usar. Aperta um botão e fala, se quiser silenciar, solta o botão. Sacou? - explicou, plugando o pequeno microfone de mesa na tomada. 

-Entendi. - assenti, tenso. 

-Eu posso estar prestes a manchar meu histórico exemplar com uma detenção por sua causa, então é bom você não vacilar. - disparou, cruzando os braços. 

NamJoon, diante do meu desespero crescente e notório, se aproximou do namorado e abraçou seu corpo de lado, beijando a bochecha do mesmo, que perdeu a postura no mesmo instante. 

-Obrigado, gatinho. - sorriu, e eu vi quando Kim SeokJin suspirou exasperado, completamente desconcertado e subitamente tímido. 

-Meu Deus, nós temos outro pai. - ouvi o sussurro de Tae em meu encalço. Foi o suficiente para tirar o peso dos meus ombros e me fazer rir. -Te juro que achei que era mentira do Joonnie. 

-Eu ouvi isso. - o dito cujo disparou, olhando feio para NamJoon. Eu ri mais. -Bom, agora é com você, Jun.

-É... Valeu, caras. - sorri constrangido. 

-É o grande amor da sua vida desde que você fazia xixi na cama. - Tae bateu as mãos nos meus ombros com força, me fazendo grunhir e querer devolver o golpe. -Nada mais justo que ajudarmos você a contar isso pra ele. - o sorriso retangular era insuportável.

-Vamos cuidar da retaguarda. - Joon avisou. -Ganhamos tempo caso a diretora apareça. - disse.

-Beleza. - respirei fundo, caminhando até a cadeira de rodinhas perto da mesa. 

-Boa sorte. - Tae sorria grande, gesticulando alegremente enquanto eles deixavam a sala. 

Sozinho, reorganizei minha própria cabeça. Havia muita coisa que eu queria dizer, mas meu coração estava disparado naquele momento. E quando SeokJin entrou na sala de novo, me senti ainda mais nervoso.

-Fica frio, só vim buscar as chaves. - sorriu fraco, se esticando até o chaveiro esquecido na outra mesa. -É assustador, né? Se confessar. Deixar alguém entrar... - murmurou, claramente notando meu pânico. -Me senti assim quando o NamJoon me chamou pra sair... - riu soprado. 

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