Galvão: O CEO e a ROCEIRA

Último capitulo

ANGÉLICA MARIA

Vê o Galvão correr risco de vida me faz entrar em desespero! Eu conheço o poder dessa cobra e sei que ela não pica por brincadeira, seu veneno é letal.

__ fica quieto, não se mexe!

Falo tentando manter o controle, mas me tremo inteira em pânico total, entro em casa correndo e pego o sabão, volto rápido ligando a mangueira que antes tinha usado para molhar a horta e ligo indo até o Galvão.

__ precisamos lavar bem!

Lavo a área que foi picada e tenho todo cuidado para não pressionar o local pois isso ajudaria a espalhar o veneno, o local está ficando vermelhinho e para o Galvão ter chances de viver ele precisa tomar o soro antiofídico ou ele morrera é cada segundo é crucial, faço um curativo e minhas mãos não param de tremer, meu pai sempre me disse o que fazer em caso de picada de cobra, ele perdeu o irmão dele o meu tio com uma picada dessa cobra cascavel.

Olho para Galvão e vejo gotas de suor brotarem de sua testa e ele está pálido, o veneno está agindo.

__ você precisa levantar, apoia-se em mim, você veio de carro ou de cavalo?

__ carro...

Ele fala com uma voz fraca, o homem é enorme e pesado e com muita dificuldade chegamos no carro que não está muito longe.

__ Preciso das chaves!

Falo e ele aponta para o bolso e eu meto a mão pegando. Não sou boa motorista, muitas poucas vezes eu dirigir um carro e ainda mais um carro enorme desses e sem contar que estou nervosa, Galvão está ao meu lado e preciso prestar atenção nele e cada reação do seu corpo, entro no carro e ligo, acabo dando um tranco e o carro morre, ainda escuto Galvão falar divertido:

__ se eu não morrer com a picada da cobra eu morro antes de chegar no hospital com essa motorista de fórmula um!

__ para de falar bobagem, você não vai morrer!

Eu só não brigo com ele porque eu estou com muito medo de que algo o aconteça. Ligo o carro novamente e dessa vez ele não morre, logo estou pela estrada indo em direção ao centro onde tem um hospital.

__ Galvão está doendo?

Olho rapidamente para ele e o vejo balançar a cabeça que não, a verdade eu quero que ele fale, quero o manter acordado no caminho.

__ você ficou louco? o que deu em você em se jogar em frente a uma cobra perigosa dessas? 

__ se não fosse eu, seria você, mil vezes eu...

Ele fala e eu me dou conta que ele se jogou na frente da cobra por mim, essa cobra é fácil de ser identificada por conta do chocalho, ele sabia do risco que corria e mesmo assim ele foi, pergunto mas já sabendo a resposta:

__ você sabe que cobra te picou?

__ Cascavel...

Meus olhos enchem de lágrimas e eu olho para ele e o vejo desfalecer diante de mim.

__ Você não vai morrer, acordar, acorda!

Falo e só acelero, não posso parar, cada segundo conta, quando enfim chego no hospital freio bruscamente e já desço gritando:

__ AJUDA, AJUDA!

Dois enfermeiros vem me ajudar e colocam Galvão desacordado numa cadeira de rodas.

__ Ele foi picado por uma cobra cascavel!

Falo e os enfermeiros entram com Galvão dizendo que vão cuidar dele, digo que quero entrar junto, mas sou barrada e fico no corredor do hospital e só então me dou conta da gravidade toda e eu choro!