Capítulo 3

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26 de novembro de 2021

Yayoi observou com os olhos brilhando o buquê de tulipas laranjas em suas mãos.

— Desculpa por fazer você vir até aqui só pra trazer flores, Akihiko. Sei que você não é o entregador, mas não consegui sair daqui. — Yayoi disse para o rapaz loiro a sua frente.

— Não se preocupe com isso — respondeu Akihiko. — Mas pra quem você as comprou?

— Pro meu paciente que chegou ontem — ela respondeu. — Inclusive, Akihiko, ele também tem 17 anos, talvez possam ser amigos.

Akihiko abriu a boca para responder, mas tornou a fechá-la quando Yayoi se inclinou para o lado, tentando ver o que havia atrás de Akihiko, e abriu um sorriso.

— Haruki, olha o que eu tenho pra você! — Ela mostrou as flores.

O rapaz passou a mão pelo seu cabelo comprido e dourado e pôs uma parte atrás da orelha. Andou até a moça e, com um sorriso desenhado no rosto, falou:

— Muito obrigado, Yayoi-san. — Ele pegou o buquê.

Akihiko perdeu o fôlego ao observar Haruki mais de perto. Sentiu seu coração acelerar enquanto percorria seus olhos entre os fios de cabelo dourado do rapaz e o pequeno sorriso delineado em seu rosto.

Atentou-se mais em como os olhos de Haruki brilhavam ao observar as flores do que à cânula em seu nariz.

— Não precisa agradecer — respondeu Yayoi. — Além disso, gostaria de te apresentar uma pessoa — ela botou a mão sobre o ombro de Haruki. — Haruki, esse é Akihiko Kaji. Akihiko, esse é Haruki Nakayama.

— Muito prazer — Akihiko falou estendendo a mão.

Haruki a apertou e disse:

— O prazer é meu.

Haruki sentiu um frio percorrer seu estômago ao observar os olhos cor de esmeralda de Akihiko cintilarem ao fitar os seus com cor âmbar. Por um momento desejou que Akihiko não se importasse com a cânula que usava.

Como se voltasse à realidade com um baque, Haruki soltou a mão do outro rapaz e virou o rosto em direção a Yayoi.

— Eu acabei de lembrar que tenho umas coisas pra fazer — declarou. — Tchau.

Akihiko ficou observando Haruki sumir no corredor branco e sentiu uma pequena angústia.

— Eu fiz algo errado? — o rapaz indagou à Yayoi.

— Até onde eu sei, não.

Ele franziu os lábios e fitou o chão, pensando como poderia descobrir se de fato tinha feito algo errado. E se tivesse realmente feito, precisava de uma maneira de se redimir.

— Por que você deu tulipas laranjas especificamente? — perguntou Akihiko, ao ter uma ideia.

— São as flores favoritas dele.

— Certo, obrigado, Yayoi — respondeu. — Eu tenho que ir agora, até.

Ele deu as costas à garota e saiu do hospital.

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