Após anos de separação, Sarah e Juliette seguiram caminhos distintos. Sarah concentrou-se em reconquistar o amor de sua filha, Ana, enquanto Juliette tentou construir uma nova vida para si e sua filha, Lua.
No entanto, o destino prega uma peça quand...
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A mansão de Sarah, cuidadosamente arquitetada e construída com esmero, permanecia como um testemunho de suas conquistas e desejos. Ela havia saído da casa dos pais ainda muito jovem, escapando das repetidas brigas que marcaram sua infância. Com o passar dos anos, a vida a conduziu a um ponto onde ela, aos 24 anos, adquiriu um lote de terra e decidiu criar a casa perfeita. Sarah estava determinada a construir seu próprio refúgio, um lugar onde pudesse encontrar paz e refletir sobre a vida.
Cada cômodo da mansão era uma extensão do seu gosto requintado. Os lustres de cristal cintilavam no teto alto, lançando reflexos mágicos nas paredes que abrigavam suas obras de arte favoritas. Os móveis elegantes e as tapeçarias de cores suaves complementavam a estética impecável do lugar.
No entanto, nos últimos anos, a mansão havia se tornado um local onde o silêncio carregava o peso da saudade. Enquanto percorria os enormes corredores, Sarah podia jurar ouvir a voz de Juliette, ecoando como uma lembrança persistente. Era como se as memórias da morena estivessem entrelaçadas nos aposentos vazios.
Às vezes, quando Sarah se sentava na sala de jantar vazia, podia vislumbrar Juliette tentando persuadi-la a comer algo mais saudável, com aquele sorriso encantador nos lábios. Ou então se via deitada à beira da piscina, observando Juliette tomar sol com a mesma graça que a tornava única.
A casa estava impecavelmente cuidada, mas Sarah sentia que algo essencial estava ausente. Ela amava sua casa, mas nos cantos silenciosos, a presença de Juliette parecia ainda mais real. Era como se as paredes guardassem segredos que, mesmo após cinco anos, insistiam em não serem esquecidos.
Sarah estava determinada a recomeçar sua vida, mas sua mansão, por mais imponente que fosse, continuaria ecoando as lembranças da mulher que uma vez amou intensamente.
Sarah observou Ana de longe enquanto a menina brincava no jardim. Já fazia cinco anos desde que Ana havia voltado para sua vida, mas a distância entre elas parecia maior do que nunca. Ela tentava se conectar com a menina desde o momento em que descobriu que Ana era sua filha perdida, mas as barreiras eram quase intransponíveis.
Ela lembrava vividamente do primeiro encontro, quando Ana olhou nos olhos dela com uma expressão de raiva e desconfiança. Desde então, Sarah tinha tentado de tudo. Ela participou de sessões de terapia familiar, levou Ana para passeios, tentou compartilhar seus interesses, mas tudo parecia em vão. Ana a odiava, e isso cortava o coração de Sarah todos os dias.
— Ana, como foi a escola hoje? — Sarah perguntou, tentando estabelecer uma conversa.
Ana olhou para cima, seus olhos atentos à tela do celular. Ela suspirou e respondeu com desinteresse.
— Normal, suponho.
Sarah se sentou ao lado dela, decidida a se conectar com a filha.
— Ana, eu sei que pode parecer estranho para você, mas eu realmente quero estar na sua vida. Quero ser sua mãe de verdade.
