OFF TO THE RACES | TOTO WOLFF X READER

04 | Lost stars

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— Você não precisa..
— Não é sobre precisar, é sobre querer. - Fui interrompida pelo homem.

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— Toto, eu realmente não estou num dia bom então irei aceitar sua ajuda mas não se sinta na obrigação, ok? - Falei um pouco envergonhada, por mais que fosse fácil ajudar as pessoas, para mim era extremamente difícil aceitar ser ajudada. Infelizmente eu herdei o maldito orgulho da minha família. O fato de estar na dependência de alguém trazia um gosto amargo aos meus lábios, sempre me virei sozinha porque era mais fácil. Não existiam efeitos colaterais.
— Já estou subindo! - Toto respondeu.

Senti meu coração bambear entre o céu e o inferno, ter Toto naquele escritório por minha causa me deslumbrava pois sabia que Kelly iria desintegrar com tamanha raiva. Ela sempre se gabou por seu namorado piloto mas vamos aos fatos, se não há provas então não é real. Então essa batalha eu ganhei.

Me direcionei até a recepção onde normalmente recebíamos nossos clientes, o espaço era grande, uma enorme parede de vidro com a vista para o mar permitia que a luz natural invadisse o lugar deixando-o mais aconchegante, as paredes eram brancas com acabamentos clássicos, a minha direita um único balcão de madeira acinzentado ficava de frente para o elevador, Clara, uma jovem de cabelos loiros ocupava aquela posição. A minha esquerda, algumas mesas espalhadas pelo grande salão eram ocupadas pela equipe de cargos variados como marketing, secretárias, atendentes e por assim vai... a minha frente, a sala de reunião com uma parede também de vidro onde Kelly se preparava para alguma reunião, a porta estava aberta pois a mesma tinha a necessidade de ouvir cada palavra dita naquela empresa, agia como se fosse a dona e nós, os seus súditos. Era um lugar bonito mas sua beleza escondia a extrema agonia de trabalhar com pessoas terríveis.

Clara me deu um sorriso me confortando, provavelmente a notícia já havia se espalhado. Eu não pertencia mais a aquele lugar.  Tate, que mais parecia uma super modelo, passou por nós duas usando seu terno cinza e apertou o meu braço murmurando um "Olá, raio de sol" a mulher caminhou até a sala de reuniões e ocupou um lugar ao lado de Kelly, Tate era uma das principais gerentes do escritório, era conhecida pela maior parte dos cidadãos da alta classe de Mônaco, seu pai já havia ocupado o cargo de prefeito então além de extremamente inteligente, a mulher possuía contatos. Fui retirada dos meus pensamentos ao ouvir o elevador anunciar a chegada de alguém em nosso andar, mexi no cabelo ansiosa, eu estava prestes a receber Toto Wolff na frente da pessoa que mais me detesta no mundo, a essa altura eu nem ligava mais para a beleza insultante do homem apenas para minha vingança silenciosa. As portas se abriram revelando o homem alto e moreno, ele sorriu pra mim e naquele mísero segundo senti as batidas do meu coração errarem o ritmo.

Kelly e Tate caminharam até a recepção provavelmente aguardando algum de seus clientes sair do elevador mas percebi com o canto do olho a surpresa tomar conta de suas feições.
— Beatrice, cheguei para o seu resgate. - Toto caminhou em minha direção com passos largos, o homem me deu um breve abraço e então repousou sua mão em meu ombro, sorri timidamente para o mais velho que percebeu estar sendo observado e desviou seus olhos dos meus e encarou as duas mulheres. Toto tirou sua mão do meu ombro e aquela sensação de vazio não me agradou nem um pouco. Ele se virou para as duas e acenou com a mão antes de falar:
— Que falta de educação a minha, boa tarde! Muito prazer, sou...— Toto Wolff! Toto Wolff está no escritório! - Toto foi interrompido pela voz estridente e fina de Kelly, a loira correu em nossa direção e o abraçou, ultrapassando todos os limites da etiqueta.
— Sim e você é a..? - Toto desviou seu olhar assustado da mulher e me encarou por cima dos ombros da loira que o agarrava como um urso de pelúcia, me limitei a balbuciar um "connasse".
— Sou Kelly Palmero, é uma honra conhecê-lo. O que o traz aqui? Sera uma honra poder atende-lo. - A loira o bombardeou e Toto parecia desconfortável, ele se desvencilhou de Kelly e se posicionou ao meu lado contornando meu ombro com sua mão.
— Vim busca-la. Eu tinha interesse em me tornar um cliente pois sou um amigo antigo de Beatrice mas após sua demissão não vejo motivos. - Sua voz firme ecoou. Kelly me fuzilou mas não dei importância, não dessa vez. — Vem, estou cansada e quero ir embora logo! - Peguei Toto pela mão e sumi corredor a dentro o puxando, não tínhamos intimidade mas poderíamos encenar. Entrei na minha sala com Toto ao meu encalço e logo fechei a porta o liberando de minhas mãos.
— Ela é realmente insuportável, não sei como você aguentou tanto tempo assim. - O mais velho virou os olhos e se sentou em uma das cadeiras cruzando as pernas.
— Para ser sincera nem eu sei mas de qualquer forma precisava sobreviver. Agora vou procurar um lugar novo. - Suspirei frustrada.
— Deve ter sido difícil ter que aguentar tudo isso. Pelo menos você teve o apoio de alguém? - Toto perguntou receoso encarando meu rosto que naquele momento estava ruborizado, era estranho ter alguém perguntando sobre mim, principalmente compreender a minha situação.
— Bem, não muito. Minha família está toda no Brasil e minhas amigas daqui são da classe alta então é exigir muito que elas entendam uma realidade que não conhecem mas me acostumei com isso. Precisamos nos adaptar ao mundo a nossa volta. - Dei de ombros enquanto pegava um dos livros na prateleira e o colocava na caixa. Toto se levantou da cadeira e caminhou até a mesa pra fechar algumas caixas.
— Infelizmente nem todo mundo tem sensibilidade mas vejo que você é bem forte porque apenas pessoas fortes e corajosas largariam seu país de origem para se arriscar aqui. Tudo dará certo pra você, Bia.
— Já estamos no estágio dos apelidos, huh? - Perguntei rindo.
— Eu estou te ajudando a empacotar sua vida, acha mesmo que ligo para etiqueta?

Eai genteeeeee, o que vocês estão achando da história? Me contem!!!