CAPÍTULO I - A MAGIA NASCE

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Em uma galáxia próxima da Via Láctea, existia um planeta três vezes maior que a Terra, solitário em sua órbita ao redor de uma única estrela. Ao longo de sua história, esse planeta foi atingido por inúmeros asteroides, trazendo vida para suas terras. A natureza desse mundo era de uma beleza exuberante, com vastas florestas repletas de árvores douradas que brilhavam sob o sol e cachoeiras tão altas que desapareciam nas nuvens. Apesar de sua magnificência, o planeta experimentava uma profunda solidão, buscando constantemente maneiras de elevar seu nível de existência, pois as paisagens deslumbrantes e a fauna já não preenchiam mais o vazio que ele sentia.

Após inúmeras tentativas, o planeta finalmente conseguiu criar seu primeiro ser racional, a quem chamou de Kiffey. Com o tempo, Kiffey cresceu e se adaptou ao ambiente, tornando-se o confidente mais próximo da voz que ecoava dos céus, que ele acreditava ser seu pai. O planeta experimentou uma nova sensação de alegria, pois a solidão que o assolava há tanto tempo começou a se dissipar. Em um belo dia ensolarado, Kiffey, curioso, perguntou qual era o nome do planeta, que ficou sem palavras. Determinado a encontrar uma resposta, Kiffey embarcou em uma missão naquela tarde para nomear seu amigo.

— Já sei, o que acha de se chamar Andrômeda?

— Parece um bom nome, que assim seja.

— Ótimo, estou feliz que finalmente encontrei um nome para você, pai.

Depois daquele dia, o planeta amava ainda mais sua criação, de fato considerava Kiffey um filho, que a cada ano ficava cada vez mais rebelde, assim como as crianças humanas quando entram na adolescência. Em uma das pegadinhas de Kiffey, ele se escondeu de Andrômeda, o deixando extremamente preocupado, ele gritava dos céus chamando pelo rapaz que não aparecia. Acreditando que Kiffey podia ter morrido, Andromeda chora, lançando toda sua fúria sobre si mesmo, destruindo boa parte da natureza do lugar. Sua tristeza foi tanta que liberou uma substância diferente de tudo que já fez antes. Era algo poderoso, puro, sem uma forma aparente, apenas brilhava, se misturando no ar percorrendo todo o planeta.

Kiffey assustado com a destruição, tenta subir na mais alta montanha e gritar por seu pai, dizendo que está bem e vivo, Andrômeda ao finalmente ouvi-lo, diminui sua intensidade trazendo paz de volta ao solo. Porém algo estava errado, diferente, Kiffey tinha atingido sua maioridade, naquela tempestade, agora ele possuía barba, era alto e determinado, seus olhos ganharam a coloração dourada, de uma forma bem fraca, alguns diriam que pareceria com os olhos cor de mel dos humanos. O rapaz agora fazia parte do todo.

Andrômeda ainda não havia compreendido o que tinha feito, mas acelerou o tempo, a evolução e criou uma energia poderosa que agora fazia parte também de Kiffey. Ele possuía um dom especial, conseguia controlar o tempo, e até voar. Por alguns anos a diversão e descoberta de seus diversos poderes trouxeram ainda mais questionamentos dos quais Andrômeda mal conseguia explicar.

No seu aniversário de vinte e um anos, pediu como presente, uma outra pessoa, para que pudesse estar com ele. Mas Andrômeda repudiou a ideia, se sentiu tão ofendido que criou uma nova tempestade, ainda pior que a anterior. Kiffey sentiu raiva pela primeira vez, transformando sua magia em tons lilás que representava seu pior e melhor lado, fazendo a chuva parar no tempo, liberando uma onda de energia que percorreu todo o planeta, assustando até mesmo Andrômeda que perde a consciência.

Quando amanheceu, uma mulher que aparentemente tinha a idade de Kiffey se aproximou dele, o nome dela era Kristia, seus cabelos escuros como o fundo de uma caverna sem luz, seus olhos possuíam um dourado ainda mais vivo. Kiffey se assusta e pergunta quem era aquela mulher desconhecida, mas não obtém respostas, então ele novamente a questiona, desta vez com a voz mais firme.

KIFFEY E AS NINFAS DO TEMPOOnde histórias criam vida. Descubra agora