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JENNA


Já tinha 3 dias que minha filha não saia do quarto, somente para fazer as necessidades básicas, que no caso é só comer.

Ela não foi na terapia, isso me deixou mais preocupada. Levando em consideração que isso é resultado de um amor não correspondido, talvez...

Hoje não fui ao trabalho, resolvi tirar o dia para ficar com minha filha.

- Ei, vamos tomar uma cerveja comigo lá na beira da piscina? - Perguntei para minha filha assim que entrei no quarto dela.

- Você está me oferencendo bebida? - Ela perguntou surpresa.

- Uma cerveja não faz mal. Vamos, me faça companhia, sua mãe foi para o escritório no meu lugar.

- Tudo bem, vou colocar um biquíni na parte de cima e te encontro lá.

Eu não iria contar pra ela que chamei a Allyce para vir aqui pra casa hoje.

Sai do quarto dela, coloquei gelo na caixa térmica e em seguida foi a vez de algumas garrafas de Heineken. Fechei a caixa e sai arrastando ela até a beira da piscina, a melhor parte é que a caixa tem rodinhas e não precis a fazer força.

Depois voltei para a cozinha e peguei alguns petisco que estava pronto e levei para fora também.

Me sentei na beira da piscina, apenas molhando os pés, abri minha cerveja e fiquei olhando aquele dia lindo.

- Depois minha filha apareceu usando uma cueca do Batman e um biquíni azul na parte de cima. - Eu quis rir quando vi a cueca do Batman.

Tenho certeza que foi a Allyce que comprou aquela cueca.

- Não adianta tentar segurar a risada, essa cueca é ridícula. - Minha filha falou  e em seguida pulou dentro da piscina se molhando toda e depois voltou para a beirada.

- Você não foi ao terapeuta ontem, quer conversar? - Perguntei entregando a cerveja pra ela.

- Estou receosa com aquele lance que aconteceu com a Allyce.

- Você gosta dela e ela gosta de você...

- Eu sei, nos beijamos e foi tão bom. - Ela fez a mesma carinha fofa da Emma. - Ela é tão linda e meiga...

- Então por que você está negando o que sente?

- Eu sou complicada, mãe. - Liv disse dando um gole na cerveja. - Tenho minhas crises, não quero que a Allyce se prenda a uma pessoa como eu.

- Falando assim até parece que é o pior ser humano do mundo. Você é normal como qualquer outra pessoa, o que muda é só sua ansiedade e depressão, mas isso você já está tratando e está muito bem.

- A lyce é muito nova também. Eu sei que é estranho falar disso com a mãe, mas você sabe que já tive experiências, tipo beijei garotos e garotas e transei, e a Allyce não fez nada disso.

- Você foi o primeiro beijo dela?

- Não, mas fui a primeira garota que ela beijou. Antes de mim veio um garoto da sala dela.

- Entendo. - Peguei uma azeitona e mastiguei. - Eu como sua mãe, acho que você deveria tentar.

- Sério?

- Se você não tentar, futuramente você vai ver ela com outro alguém e vai se sentir a pessoa mais idiota do mundo, e vai tentar achar alguém parecido com ela para tentar tampar o vazio que você sente dentro do teu peito.

- Mais algum conselho?

- Vai devagar e boa sorte, ela está vindo pra cá. - Me levantei e sai caminhando. - Tchauzinho, vou na casa dos seus avós.

Sai dali, sabendo que fiz o que deveria.

My Best FriendOnde histórias criam vida. Descubra agora