03. Summer Eyes

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Van Gogh tinha o amarelo, assim como eu também tinha o amarelo dos olhos dele, a cor mais linda e pura que eu já vi, que o destino fez questão de separar os corpos, mas não as almas.
Desconhecido

Uma noite bem dormida era tudo que Tullipe precisava. Depois de se entupir de remédios para dor, seus olhos abriam com delicadeza e lentidão, afim de raciocinar tudo que estava acontecendo. Felizmente, a dor havia passado um pouco, mesmo que em algumas partes do corpo, ela ainda sentia estar dolorido e até mesmo com alguns roxos mínimos aqui e ali.

~ Abril de 2173 - Calendário Pandoriano

"Que cansaço!" fora a frase mais dita por Tullipe nas últimas duas horas da sua manhã, sentada no tatame de EVA preto ela descansava após várias horas de treino juntamente de Anibal, que estava do seu lado, tanto como amigo, tanto como seu treinador.

As luvas de boxe de algodão jogadas pelo chão e a garrafa vazia deixava ainda mais óbvio que ela se sentia cansada, vendo a mão larga do mexicano estendida a sua frente puxando-a para que fique de pé com a postura ereta novamente.

Os cachos molhados do amigo a faziam rir de vez em quando, enquanto ele a olhava sério antes de pronunciar qualquer coisa.

Qualé, para de drama. Só mais vinte minutos. — Provocou o amigo.

Revirando os olhos, Tullipe fez questão colocar as luvas novamente fechando-as com o velcro, posicionando os punhos cerrados a frente de seu rosto enquanto ambos andavam em círculos, esperando que alguém ataque primeiro.

Anibal então, finalmente atacara primeiro, puxando o braço para trás antes de levar o próprio punho fechado para a direção da garota primavera que rapidamente desviou por baixo do braço do moreno deixando um socar rápido e não muito dolorido sobre as costelas do mais velho, um "Ai!" alto conseguiu ser escutado dentro do campo de treino, cuja voz grossa ecoou por todas as quinas das paredes alheias. Recompondo-se Anibal não deixou ser derrotado tão facilmente, passando por um movimento rápido que o liberou ser levado até as costas de Tullipe, que logo encostou seu próprio joelho nas costas das juntas da menina, fazendo-a cair ajoelhada, aproveitando-se da oportunidade se abaixou junto segurando com dificuldade as mãos da americana para trás também, rindo alto enquanto a provocava de todas as formas.

— Apenas aceite, que eu sou o melhor, tullizinha.

Um riso nasalado e debochado fora deixado sair de Tullipe, enquanto ainda tinha sua bochecha direita encostada no tatame.

— Não se esqueça, de que eu sou uma Miles!!!

Disse a garota antes de levantar seu pé batendo-o sobre as costas do amigo que grunhiu de dor, soltando levemente os braços da menina, mas que fora o suficiente para que ela conseguisse se soltar. Colocando ambas mãos sobre o chão acolchoado, conseguiu ficar de pé novamente, acertando mais um golpe sobre seu amigo fazendo com que dessa vez ele mesmo caísse no solo, assim, conseguindo segurar suas mãos para cima da cabeça.

— Eu venci. — Pronunciou provocando o moreno caído no chão macio.

Os quatro ouvidos de dentro da sala conseguiram captar o som da voz doce e feminina que ecoou pelo cômodo grande, fazendo com que ambos olhassem em direção a porta que já estava aberta, dando-se para perceber apenas a vista de uma enfermeira que fez um sinal com seus dedos chamando Tullipe.

Tullipe, por sua vez, estranhou, mas como sempre, apenas obedeceu e fora até onde a moça lhe chamava. Se abaixando um pouco para passar pelo buraco da porta e logo a fechando para dar mais privacidade para a conversa entre as duas. Encostando o ombro sobre a parede enquanto tirava o adereço que estava em suas mãos, que protegia seus ossos e punhos enquanto esperava por pelo menos um "a" vindo da mulher.

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⏰ Última atualização: Sep 29, 2023 ⏰

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