Capítulo 2.

85 13 21
                                    


Na quarta-feira à noite, no baile dos Longbottom, o visconde Grindelwald foi visto dançando commais de uma jovem ômega. Esse comportamento só pode ser chamado de "surpreendente", já que Grindelwald costuma evitar ômegas solteiras com uma perseverança que poderia serimpressionante, não fosse tão frustrante para todas as mamães casamenteiras. 

 Será que o visconde leu a coluna mais recente desta autora e, da maneira perversa que osmachos de todas as espécies parecem confirmar, decidiu provar que ela está enganada? 

Pode ser que a autora esteja atribuindo a si mesma muito mais importância do que tem de fato,mas decerto os homens já tomaram decisões baseadas em muito, muito menos

CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN,22 DE ABRIL DE 1814

Às onze horas daquela noite, todos os temores de Albus se concretizaram.

 Gellert Grindelwald convidara Ariana para dançar.

Pior ainda: Ariana aceitara.

Pior ainda: Kendra fitava o casal como se quisesse reservar uma igreja naquele instante. 

– A senhora quer parar com isso? – sussurrou Albus, cutucando as costelas da madrasta. 

– Parar com o quê? 

– De olhar assim para eles! 

Kendra piscou. 

– Assim como? 

– Como se estivesse planejando o café da manhã do dia do casamento. 

– Ah. 

As bochechas da madrasta ficaram rosadas. Um rosado cheio de culpa. 

– Kendra! – censurou Albus. 

– Bem, talvez eu estivesse – admitiu ela. – E o que tem de errado nisso, posso saber? Ele seria umpartido e tanto para Ariana. 

– A senhora ouviu o que eu disse hoje à tarde na sala? Já é bastante ruim que Ariana tenhalibertinos e aventureiros farejando ao redor dela. A senhora não imagina quanto tempo leveiseparando os admiradores bons dos maus. Mas Grindelwald! – Albus estremeceu. – Provavelmente éo maior libertino de Londres. A senhora não pode querer casá-la com um alfa como ele. 

– Não se atreva a me dizer o que posso ou não fazer, Albus Percival Dumbledore – falou Kendra comrispidez, empertigando-se até estar muito ereta e, ainda assim, ficando mais baixa que Albus. –Ainda sou sua mãe. Ou melhor, sua madrasta. Mas isso deve significar alguma coisa.

 Albus sentiu-se como um verme. Kendra era tudo o que ele conhecia como mãe e nunca, nem sequeruma vez, fizera Albus sentir-se menos seu filho que Ariana. Colocara-o na cama todas as noites,contara-lhe histórias, beijara-o, abraçara-o e ajudara-o a superar os difíceis anos entre a infância e avida adulta. Só não pedira que Albus a chamasse de mãe. 

– Significa – falou Albus baixinho, olhando envergonhado para os pés. – Significa muito. E asenhora é minha mãe. De todas as maneiras que importam. 

Kendra fitou-o por um longo tempo, então começou a piscar freneticamente. 

– Ah, querido – falou com dificuldade, enfiando a mão na bolsinha para procurar um lenço. –Agora você se superou e transformou meus olhos num chafariz. 

O visconde que me amava || Grindeldore ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora