Evlogía - A Bênção das Estrelas

O Nascimento de uma Estrela

Sob a Lua cheia da prata, brilhante como uma pérola iridescente, uma nova flor nasce no santuário das estrelas. Os astros performavam um baile memorável. Os espíritos, em uníssono, soavam cânticos místicos e indecifráveis, saudando o desabrochar de um novo broto, dando-lhe boas-vindas. A aurora prateada preenchia o céu noturno, num brilho inigualável, juntamente à melodia da floresta que reverberava, unindo corações e almas. As estrelas cintilavam e incendiavam a escura e fulgurante abóbada celeste.

Mas, assim como a Lua Cheia mingua, cresce e retorna, uma vida se esvai para nutrir vida nova. Os Elfos Astrais, num misto de esperança e de tristeza, de alegria e de angústia, de alívio e de fé, realizavam suas preces à Donzela Prateada, enquanto suas lágrimas doces e salinas misturavam-se as bênçãos do lago. Para que um espírito encontrasse descanso. E para que outro fosse acolhido. Uma bela e singela flor desabrochava, ao passo que outra fenecia. O florescimento de uma nova vida. E o adeus de um ente querido. Um novo começo, acompanhado de uma dolorosa despedida.

Uma noite de perda e de renovação. Uma noite marcada pela celebração e pela saudade. Uma noite gravada para sempre nas memórias dos Elfos, dos Espíritos e da Floresta.

O sacerdote das estrelas balança seu cajado, apontando-o aos céus. Ele roga às bênçãos e às tradições sagradas. Suas preces misturam-se à canção dos espíritos e à toada da floresta. A balada dos astros, revelam o destino. Os espíritos hão de guiar o teu caminho. Aquela que há de ser a esperança para nosso povo. Aquela que há de partilhar suas bênçãos. Aquela que há de espalhar a luz da prata e afastar as trevas de Shar. Aquela que detêm a bênção de Selûne, a grande tecelã prateada. Teu caminho é primoroso, agraciado pelas bênçãos lunares e celestes. No entanto, encontrará sombras e trevas que, espreitando vilmente, tentarão desviar-te e fazer-te cair em perdição profunda. Será um caminho solitário e escuro, mas a luz da Dama Branca da Noite cai sobre ti. Siga a luz da estrela prateada, e deixe que a guie por vosso caminho. Serás a estrela guia das almas desoladas, o caminho para aqueles que se perdem, uma voz para os espíritos que transitam o material e o imaterial. E quando estiverdes perdida na escuridão da dúvida, quando não parecer haver uma estrada à frente, lembre-te de teu povo, do amor de tua mãe Selûne, do amor de tua mãe que parte, da tua esperança, e acredite em ti mesma e teu próprio coração brilhará mais forte que incontáveis estrelas.

(Num relance, o sacerdote brande seu mastro em direção à Lua, que resplandece no ponto ápice do céu noturno. A valsa estelar se intensifica, em centelhas imensuráveis, num incêndio celestial comparável a inumeráveis sóis. Os Elfos Astrais rogam suas preces e seus cânticos. A sinfonia dos espíritos se acalora, harmoniosamente, domina o ambiente e se torna uma só com a floresta, unindo-a aos céus. As árvores, os animais e as flores dançam, junto aos astros, cumprimentando a nova chegada. Em zênite, os raios do lunares descem dos céus numa luz pura, prateada e intensa, banhando e abençoando a recém-nascida, cuja pele rosada reflete o luar, e cujos olhos refletem a imensidão do cosmos. A luz lunar que a abençoa, se espalha num aro circular, carregando a energia da Lua e inundando a Floresta nas bênçãos de Selûne, com sua aurora pálida. O Lago das Almas ressoa e brilha intensamente, em tons cianos, turquesas e prateados. O Santuário abriga a luz de uma nova estrela. A Floresta dos Espíritos recebe uma nova flor. Selûne sorri para sua nova filha. Os Elfos Astrais acolhem sua nova irmã.)

E o Sacerdote, continua suas preces

Por teu destino. Por teu propósito. Pela mãe que perdes e pela mãe que ganhas. Ó pequeno broto, que há de propagar suas bendições e desabrochar numa flor majestosa, os raios lunares te banham e te agraciam, os astros e os espíritos escolhem teu nome, que para sempre vos acompanhará. Saúdem, ó Espíritos da Floresta. Saúdem, ó grandes e sagrados céus. Saúdem, irmãos e irmãs Elfos. Abençoada pela Lua Cheia e pela vontade de Selûne, nasce hoje a vossa esperança. Evlogía!