4 - O que eu supostamente deveria fazer?

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Pois eu nem acredito que estou aqui de novo com novas ideias.

Após abrir os olhos, Kirishima se permitiu ficar mais algum tempo apenas olhando para o teto sem se mover ou mostrar qualquer indício de que ia se levantar

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Após abrir os olhos, Kirishima se permitiu ficar mais algum tempo apenas olhando para o teto sem se mover ou mostrar qualquer indício de que ia se levantar. O sol estava começando a iluminar o quarto e o mesmo relógio estranho de braços o saudou, ainda inalterado onde esteve nas últimas horas. A parede recém consertada ainda exalando o aroma de tinta úmida e o calor em seu ombro indicando que não estava sozinho no quarto. 

A dor em seus músculos fatigados pelas horas de estudo ao lado de Bakugou eram outro fator determinante, uma prova incontestável. 

O dia raiou para provar à ele que nada tinha mudado. 

E pela primeira vez desde que toda aquela loucura começou, ele não se sentiu chateado ou em pânico por constatar esse fato. A verdade era que, passadas o desespero da primeira impressão do dia anterior, aquela realidade já não lhe parecia tão ruim.

Ele era um aspirante a herói, amado por uma turma onde as personalidades mais legais costumavam ser os babacas. Ele também tinha um super poder em um mundo onde era algo normal, o que por si só era muito legal. E ele namorava uma versão de Bakugou que nem mesmo seus sonhos mais alucinantes poderiam ser capazes de produzir. Um Bakugou destemido, assertivo e confiante. Talvez um pouco arrogante demais, porém definitivamente melhor do que a versão chorona e covarde de sua própria realidade, fosse essa teoria uma verdade ou não. 

Na verdade, se ele estava em um universo paralelo, em coma ou no inferno, realmente não importava. 

Sim senhor, ele estava se sentindo satisfeito com essa nova realidade. Podia se acostumar ao Izuku gentil e amigo de todos, ao quarto quase infantil que tinha, à um mundo cheio de poderes e desafios. O deixava entusiasmado e fazia sua antiga vida parecer merda de cachorro em comparação a um mousse de chocolate. 

E sem dúvida poderia se acostumar aquele Bakugou ativo que estava sempre tentando o subjugar de alguma maneira, fosse nas palavras ásperas ou olhar intimidador. A maneira indecente como o semblante irritadiço o deixava bonito era uma coisa de louco. 

Se ele estivesse fadado a viver nesse estranho mundo, ele o faria sem arrependimentos e com muito prazer. 

Eufórico pela possibilidade de nunca mais ter que lidar com a realidade que tinha se tornado monótona, ele trouxe o adormecido Katsuki mais para cima, envolveu sua cintura cuidadosamente para não o despertar e, tendo um sorriso nos lábios, o beijou na testa. A resposta foram grunhidos inconformado que passou a achar fofo. 

(...)

— O que há com você, Kirishima? 

Os olhos dourados de Kaminari estavam muito próximos, a ponto de Eijiro ver os detalhes de sua íris e se afastar um pouco. Nunca tinham trocado mais do que olhares ou leves e quase imperceptíveis acenos de cabeça. Eram de mundos distintos afinal, já que o loiro era um estudioso odiado por muitos por sua seriedade. 

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⏰ Última atualização: Oct 04, 2023 ⏰

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