Abri os olhos lentamente e fui recebido por uma intensa luz branca que inundou minha visão. Logo percebi que estava deitado em uma cama e me ergui para ficar sentado. Friccionei meus olhos para clarear minha visão, e quando observei com mais atenção, constatei que estava em um quarto de hospital. Além disso, notei que estava sendo auxiliado por um respirador. A pergunta que ecoava em minha mente era: Por que estou neste quarto de hospital?
Meu olhar vagou para o lado, onde uma mesinha estava posicionada, e sobre ela repousavam meu celular e a caderneta!
De repente, todos os acontecimentos na casa de Archer me atingiram com uma intensidade avassaladora. A sala secreta repleta de informações sobre mim, a presença ameaçadora do Archer e seu irmão, minha fuga precipitada e a subsequente crise de ansiedade e asma – tudo isso veio à tona de uma só vez.
Mais uma vez, o medo e os pensamentos conflitantes me envolveram. Meus olhos começaram a lacrimejar, e uma opressão angustiante começou a se instalar em meu peito. A percepção de que Archer era um obsessivo e potencialmente perigoso perseguidor se consolidou. Ele esteve atrás de mim o tempo todo. Desde quando começou essa perseguição? Até onde ele chegou com isso? Para ser sincero, não tenho certeza se estou preparado para descobrir as respostas.
Uma enfermeira adentrou o quarto através da porta e pareceu surpresa ao me ver acordado.
— Meu Deus, você já está acordado! — Ela se aproximou com uma expressão preocupada e sentou-se ao meu lado na cama — Você está tendo outra crise, fique calmo. — A mulher segurou gentilmente minhas duas mãos — Respire devagar, assim: expire e inspire. — Segui seus gestos na tentativa de acalmar, e então fechei os olhos com força por um momento, me buscando afastar o moreno de meus pensamentos.
Após me acalmar, a enfermeira dirigiu-se ao bebedouro ao lado da porta e encheu um copo d'água para mim.
— Obrigado. — Bebi toda a água de uma só vez.
— Um casal trouxe você até aqui às pressas; você estava inconsciente e coberto de suor. Eles relataram que você teve uma crise no ônibus e acabou desmaiando.
— É verdade. — Desviei o olhar para um canto aleatório da sala e me encolhi em posição fetal — Algumas coisas aconteceram, e... acabei exagerando na hora de correr.
— Compreendo. — A mulher manteve seu olhar sobre mim por alguns momentos antes de retomar a conversa — Não entramos em contato com seus responsáveis porque você está sem documentos...
— Meu Deus, é verdade! Meus pais! — Peguei rapidamente meu celular da mesa ao lado e o liguei. Assim que a tela se iluminou, havia várias notificações de chamadas perdidas — Droga! Eu o coloquei no modo silencioso! — Desbloqueei o aparelho e liguei para Oliver; se eu chamasse minha mãe, provavelmente receberia ameaças de morte.
— Caramba, Pietro! — O mais velho insultou quase sussurrando — Onde você está? Nossa mãe está à beira da loucura de preocupação! Você viu que horas são? — Olhei para o relógio e fiquei chocado ao ver que já eram 4:15 da madrugada.
— Me desculpa, eu não tinha ideia. — Vi a enfermeira saindo do quarto e ela acenou brevemente — Por que você não disse a ela que eu ia passar a noite na casa de um amigo?
— Porque seu "amigo" apareceu aqui em casa te procurando. — Senti meu corpo gelar e meus pelos se eriçaram — Ele disse que você estava lá na casa dele e saiu correndo de repente. Segundo ele, está preocupado com você.
— Ele ainda está aqui? — Perguntei em voz baixa, enquanto apertava o celular com força.
— Não, ele acabou de sair. — Oliver suspirou do outro lado da linha — Pietro, o que está acontecendo? Esse cara é muito estranho, ele ficou aqui até altas horas da madrugada esperando por você, enquanto tentava acalmar nossa mãe. Isso parece extremamente suspeito. Ele estava visivelmente ansioso demais.
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Obsessed With Him (LGBT+)
FanfictionQuando Pietro decide declarar seus sentimentos pelo garoto mais popular da escola, ele não imagina que o mesmo guarda uma obsessão doentia por ele, desencadeando uma reviravolta que mudará sua vida para sempre.