Sexto Capítulo

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NOTA: ALERTA DE TIME SKIP! Me desculpem, vocês que não gostam de time skip, mas plmns está avisado nas tags, então pfvr não reclamem.
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— Chega de me ligar, seu maldito! — Gritei, minha voz repleta de frustração ecoando pelo quarto vazio.

Você está magoando os meus sentimentos, meu amor. — A risada cínica do outro lado da linha reverberava nos meus ouvidos, me irritando até a alma. Com um gesto brusco, desliguei a ligação e atirei meu celular com força na cama.

Eu não aguentava mais essas ligações idiotas; já fazia quase duas semanas desde que ele começou com esse tormento. Me lembro da primeira vez que ele me ligou, meu coração saltou para a garganta em pânico. Mas com o passar dos dias, o pânico se transformou em um veneno amargo de ódio. Cada vez que meu telefone tocava, eu sentia uma onda de frustração e raiva que ameaçava me engolir inteiro.

O silêncio tenso do meu quarto foi interrompido novamente pelo som insistente do meu celular. Relutantemente, peguei o dispositivo, pronto para lançar mais insultos na próxima ligação. Mas para minha surpresa, era um nome familiar que piscava na tela: Callie, minha colega de quarto e amiga de confiança. Um suspiro de alívio escapou dos meus lábios enquanto eu atendia, grato por uma distração momentânea do tormento incessante.

— Oi, Callie. — Atendi, me acomodando na cama — E aí, conseguiu falar com a sua mãe?

Consegui, sim! — A voz dela transbordava animação do outro lado da linha, enquanto a risada suave de Sarah ecoava no fundo — Ela estava meio abatida, não sei se é de cansaço ou por causa do sanguessuga do meu pai.

— Chuto que pelos dois. Depois que você saiu de casa, ela deve ter ficado muito triste sem contato contigo por todos esses anos. — Comentei, me lembrando do dia em que a loira foi expulsa de casa; a imagem de sua mãe chorando ainda estava vívida na minha memória, mesmo que vista de dentro do carro.

Eu também... —  Callie suspirou — Mas então, ela disse que vai na minha cerimônia de noivado. Parece que finalmente estamos nos reconciliando depois de tanto tempo afastadas.

— Que ótima notícia! Eu sabia que ela não concordava com seu pai. Ela conversou com a Sarah?

Claro, 'né, Pietro! — A resposta de loira, carregada com sua típica atitude passivo-agressiva, cortou o ar — E já adianto que elas se deram super bem! Opa, o táxi chegou, vou desligar. Só liguei para avisar que eu só volto daqui uns três dias, então não se preocupe.

— Tá bom, se cuida. Tchau. — Encerrei a chamada com um suspiro profundo. Enquanto me alegrava pelo fato de que finalmente as coisas pareciam estar se encaixando para Callie e Sarah, uma sombra de melancolia se infiltrou em meus pensamentos. A sensação de felicidade por minhas amigas era acompanhada por uma pontada de inveja. Enquanto elas encontravam resolução nos seus relacionamentos familiares, eu me via preso em um ciclo incessante com o "fantasma" do passado voltando para me atormentar.

A solidão se infiltrou na minha mente enquanto eu encarava o teto do meu quarto. Era como se o mundo estivesse avançando, mas eu estivesse congelado no tempo, revivendo velhas feridas cada vez que meu celular tocava. A incerteza do futuro se erguia diante de mim, e a sensação de impotência e medo me pesava como uma âncora.

Fechei os olhos por um momento, tentando afastar os pensamentos sombrios. No entanto, a pergunta persistente ecoava em minha mente: Quando seria a minha vez de encontrar a paz e deixar para trás os problemas do passado?

Há exatos dez dias, Archer começou a me ligar incessantemente, normalmente três vezes por dia, o que tem sido incrivelmente estressante. Toda vez que bloqueio o número, ele simplesmente me liga de outro, tornando impossível escapar desse pesadelo. A ironia é que não posso simplesmente ignorar chamadas de números não salvos, já que estou fazendo bicos como fotógrafo para pagar a faculdade. Infelizmente, minha bolsa cobre apenas 85% das mensalidades, e ainda há os materiais caros a considerar.

Obsessed With Him (LGBT+)Onde histórias criam vida. Descubra agora