Quinto Dia

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Era uma manhã de sábado quieta, chuvosa e tudo que Light desejava era um dia de paz.

Ele desejava acordar, comer torradas com geleia, tomar um banho, com L do lado de fora, claro, e por fim, se sentar para estudar um pouco. Talvez "assistir" a um filme com L, ou melhor, usar isso como desculpa para raciocinar e planejar uma nova forma de matá-lo, mesmo estando acorrentado ao mesmo.

O dia anterior, a bronca que levou de seu professor de física na frente de todos os seus colegas, o castigo que foi ter de ficar limpando a sala, tudo porque seu colega de algemas não conseguiu manter sua boca fechada.

Ele merecia um pouco de paz...certo?

- Aonde estamos indo?

- Hotel New Otani. - O detetive colocou o sinto de segurança e, logo, o motorista a frente começou a dirigir. - Houve um assassinato.

Não. Ele não teria sossego, óbvio. É o preço que se paga por querer ser um deus.

- E você acha que tem a ver com o Kira.

- É, por ai...

- Como assim "por ai"?

- Você tem alguma bala no seu bolso?

- Ah? Não! A gente acabou de acordar!

- Hm, que pena.

Ele apoiou o rosto nas mãos, sentado do mesmo jeito estranho de sempre, com os cabelos ainda mais bagunçados do que de costume.

"Esquisito". Era o que Light pensava sempre que avaliava L de cima a baixo. Não que ele já não tenha se acostumado.



[...]



- Bom te ver, senhor Yagami.

- Ainda bem que chegou. Começou um tumulto lá dentro e as pessoas estão agitadíssimas aqui fora. - O maior olhou para Light, nada mais, nada menos que seu filho. - Filho...

- Oi, pai.

- Então, - O velho avaliou a situação de cima a baixo. As roupas amarrotadas de ambos, as caras de sono, as algemas impossíveis de se esquecer. Ele deu seu olhar mais desconfortável e esquisito possível. Um pai preocupado que tinha muito o que dizer, mas não diria. - parece que acabou de acordar.

- É, mais ou menos isso.

Light tentou arrumar o cabelo e a blusa meio amassada que vestiu às pressas naquela manhã. Ambos sabiam o quanto aquela situação era esquisita.

Seu pai não o procurava há um certo tempo. Ele havia ficado abalado com as suspeitas de Kira em cima de seu inocente, exemplar e excelente menino. Para ele, soava inimaginável. Não só ficou chocado, como vermelho de raiva com o detetive.

Por muito tempo ele não conseguia ceder a tal absurdo e quase avançou no mesmo quando viu que seu próprio filho foi acorrentado a aquele insano...mas, como exemplar comissário de polícia e chefe da força-tarefa japonesa, ele deveria ceder.

E, assim tem feito, ao menos tentado.

- O corpo, onde está?

- Décimo andar.

- Deve ser alguém importante, considerando todo esse tumulto.

Light disse, encarando a entrada principal do hotel. Estava cheio de adolescentes histéricas, paparazzis, jornalistas, viaturas de polícia e ambulâncias.

- Vocês nem imaginam. Vamos pelos fundos, assim vai ser mais fácil de entrar.

E assim foi feito. O trio adentrou o hotel de luxo e pegou o elevador, chegando ao décimo andar.

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⏰ Última atualização: Mar 24 ⏰

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