Capítulo três

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Breno

Meu nome é Breno Vilas e tenho 19 anos e ainda frequento o ensino médio porque entrei na escola tarde. Actualmente vivo com minha madrasta e minha meia irmã. Tive que mudar de escola porque cometi uma infracção e devido ao facto de que eu era bolsista só piorava minha condição naquela escola. Agora estou tomando o pequeno almoço com minha irmã Glória que mal consegue olhar para mim, pelos últimos acontecimentos.

— porque não foste para lá? _ perguntei não conseguindo mais ficar quieto

— não tinha mais nada a acrescentar _ diz fria sem olhar para mim

— sabes que eu..._ digo mas ela já havia saido da sala de refeições

Suspiro e termino de comer. Pego em minha mochila e vou para minha nova escola. Entro no transporte público, que estava super lotado de pessoas e me encaixei onde dava, assim que cheguei na paragem caminhei até a escola. Ao chegar procurei a direcção da escola, perguntei umas moças bem simpáticas e indicaram me onde ficava a sala da diretora.

– Bom dia sr . Vilas seja bem-vindo a nossa escola_ disse apontando a cadeira para que eu sentasse e ajeitou seu cabelo

Ela era mestiça e com cabelos grisalhos, devia ter por aí uns 50 anos, e principalmente pelas rugas que se via quando ela sorria.

— bom dia sra. Mendes _ digo lendo seu nome em um letreiro de mármore na mesa de secretária

— bom eu li seu processo e não é nada animador, e espero que desta vez ande na linha, porque estás em uma instituição seria e de renome, consegui me entender_ diz baixando os seus óculos de grau

Eu simplesmente assenti com a cabeça e ele me deu uma cartão onde vinha a minha turma e a sala em que estaria e agradeci. E antes de sair ela me parou.

— Breno mais uma coisa _ diz levantando e indo até a porta e abre a _ diga a Rosário que estou contente que ela esteja melhorando _ fica com um olhar sério

_ sim _ digo meio que perdido

Saio e ela despede-se com um aceno e sigo andando pelo corredor dos departamentos da direção ainda pensativo sobre o porquê a directora falou isso, e que ela conhecia a minha madrasta. Decido conhecer mais a escola e por conscidencia me esbarro com uma das moças que me indicou a sala da sra.Mendes.

— hey _ diz tirando um sorriso lindo

— oi _ digo sorrindo de volta

— então é novo por aqui_ afirma enrolando seus cabelos e assinto

Ela era linda parecia uma barbie negra, com cabelos alinhados e médios, lisos que se compararia com uma ocidental.

— qual é seu ano?

— último ano do médio e tu?

— também

Conversei com ela por mais uns dois minutos sobre a escola mas ela teve que ir para atender um celular e decidi seguir meu destino que mal conhecia. Vi o ginásio e não resisti e entrei, na quadra de basket. Vi uma bola numa das arquibancadas e comecei a dar uns toques e arremessando para acertar uma cesta. Mas escutei algo socando as paredes e por meu instinto fui ver quem era. Me surpreendi ao ver uma rapariga dandos socos na parede como se fosse o punho de ferro, e estava sangrando.

— hey _ digo meio que assustado
E escuto o choro dela, um choro de dor e alivio ao mesmo tempo e senti que devia me meter, não era de minha conta simplesmente poderia sair daqui.

— precisa de ajuda?_ pergunto
Ela não responde e arrisco me aproximar mais dela, por precaução numa distância consideravel para não ser acertado com um muro.

— espere eu lhe acompanhar a enfermaria _ digo

Mas ela sai correndo e sigo-a. E ao tentar segurar seu braço ela acaba por cair, e caio por cima dela e sorte que não a esmago.

— me desculpe, estás bem?_ digo
— deixe me em paz _ diz chorando e eu consigo ver seu rosto ela se mantém no chão e eu também e continua chorando

— está sangrando muito, tens que ir a enfermaria

— quem és tu?

Ela me encara e eu também e uma única lembrança invade me sem querer, não podia ser possível, é ela.

— você _ dou uma pausa

— o quê?_ ela sentasse limpando o rosto com a palma da mão

— vem vamos, precisas fazer um curativo ou vai infeccionar

Levanto me e ajudo-a levantar, mas ela sai seguindo marcha frente sem olhar para trás, não me atrevo a seguir, isso é arriscado, tem um limite. Tudo tem um limite, o caos é um limite ao qual não quero prosseguir.
















Continua..

Beijos da autora

CAOS: o monstro em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora