Era mais outro dia na minha vida, na minha rotina, já tinha separado todas coisas que eu iria precisar no dia anterior, para que me arrumar para faculdade fosse o menos custoso possível. Terei o que Deus permitir e o que for certo para mim- respiro e atravesso a porta de casa.
Entro no ônibus, há uma menina no meu lugar, mas diferentes das outras vezes que isso aconteceu, não me incomodo, ela está olhando lá para fora como um olhar diferente, curioso, sento do lado dela.
Eu tento duas vez puxar papo com ela e ela parece fazer um esforço muito grande para não me dizer "adjetivos coloridos", mas determinado momento ela finalmente se abre comigo.
-Jamais faria algo só para agradar meus pais, minha eu adolescente nunca me permitiria tamanho conformismo - ela para alguns instantes, pensativa -Trabalhar, ser CLT ou não, nunca quis, contribuir, fornecer minha mão de obra quando eu sei que eu não terei a mesma riqueza que eu gero... não cara! - diz, como se o que eu achava fosse algum tipo de comportamento padrão, sem personalidade, quando eu sim, estou ciente do movimento proletário, eu também sei sobre Karl Mark, estudei sobre ele no ensino médio. - Eu escolhi meu curso baseado no ambiente de trabalho que quero, um ambiente tranquilo e uma vida tranquila. Escolhi medicina veterinária.
Meu Deus! que estupidez, nunca foi sobre mim, ela não estava me insultando, foi sobre ela, como ela queria a leveza de uma vida rodeada de bichos e bons sentimentos. Ela não ver como algo já presente na sua vida, isso para ela é apenas uma conversa casual, mas para mim, seus olhos grandes e inocentes, ao menos tem que ser constantes em minha vida.
- kkkkk Cachorros latindo?! é sinônimo de uma vida tranquila?! -responda, na tentativa de fazer ela falar mais.
- Ora, sim, são lindos e fofos! Eles agem por impulso, mas não tem a maldade ou a dissimulação das pessoas. Tenho 6 bichos de estimação e são impulsivos, mas são muito carinhosos e companheiros, se há doenças, dinheiro ou não, não faz nenhum diferença para eles, continuam sendo leais e amando seus donos do mesmo jeito.
Eu poderia falar que ainda assim ela terá que lidar com os seus animais preferidos doentes, presenciar eles morrendo e ela nada podendo fazer, que isso não poderia ser tão reciproco tanto na relação animal e médico quanto na dos donos e médicos; mas isso não me cabe, seria grosseiro, além disso, seus olhos estão com um brilho genuíno, ela acredita no que está me dizendo, ela ama, ao menos a ideia disso, eu não tira preciso tirar isso dela e nem seus olhos de perto de mim.
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Proletários que amam
Storie breviEste livros terá alguns contos de casais que ambos dos personagem são pobres e nem por isso suas histórias românticas são frustradas ou tristes. Estou cansada de ler livros onde os protagonistas fazem viagens maravilhosas para se reconectarem, conhe...