Falling Like The Stars | Vhope

[9] Decisões tomadas

Queria dizer que o bloqueio de criatividade que eu tive durante um mês foi o motivo de ter sumido com as att...

Sorry, mas o importante é estar de volta né!

Boa leitura 💐.

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Narração.

" É quase cômico o quanto as pessoas parecem torcer para ver nossa queda, como se esperassem o espetáculo de uma estrela despencando do céu. E aqui estou eu, caindo em câmera lenta, com o coração acelerado, o maxilar travado, os punhos cerrados, tentando segurar a respiração. Uma tentativa desesperada, quase tola, de amortecer o impacto.

Eu queria poder te contar o quanto desabei. Escorreguei ladeira abaixo como uma avalanche, desabando com a força de um vulcão em erupção, destruindo tudo que havia em mim. As coisas boas, as lembranças que me aqueciam, tudo se foi, deixando apenas ruínas. Restou só o vazio, e as marcas do que um dia fui.

Quando me choquei com o mar, afundei em águas frias e turvas, onde até a vida parecia inexistente. E é tão gelado aqui embaixo, quase sem ar, a sensação de sufoco me consome... Não percebe? Estou mais perto do outro lado do que de qualquer lugar aqui. É estranho admitir, mas sinto uma paz estranha ao imaginar o fim, como se, de alguma forma, a ideia de partir fosse mais libertadora do que qualquer coisa que já experimentei. Sobreviver não é o bastante. Como te contar que só a força para encarar a dor ainda me mantém?

Talvez você veja tudo isso como um ato de covardia, mas há uma coragem no que sinto. Ninguém acredita que chegará a esse ponto - a gente sempre espera que algo ou alguém interrompa a queda. Mas, e se a história for apenas essa linha reta, uma confiança cega em uma curva que nunca aparece? Eu já acreditei que havia algo mais, algo maior que esse universo pequeno e sufocante. Juro que, às vezes, consigo sentir o cheiro da liberdade que um dia sonhei. Queria o mundo para mim. Hoje? Hoje, não sei mais se quero a mim mesmo.

É esse o medo que me assombra - o de um dia me perder tão completamente que nem me reconheça. Preciso acreditar que existe algo além do que sinto aqui, porque dentro de mim só há frio, medo e uma escuridão pesada, uma solidão que parece nunca ter fim. "

Taehyung encarava aquelas palavras, escritas em uma folha de seu caderno. Ele gostava de escrever, gostava de colocar em páginas tudo aquilo que sua boca não conseguia dizer em voz alta.

Geralmente, aquelas páginas carregavam reflexos de sua própria alma, dos sentimentos que rodopiavam dentro dele, mas desta vez, o que estava ali não era sobre si. A tinta no papel desenhava as sombras de outra pessoa, um esboço silencioso de alguém que tinha entrado em sua vida com a mesma força de uma tempestade.

Jung Hoseok.

Hoseok não era apenas uma pessoa; era uma presença, uma aura que se espalhava no ar ao seu redor como uma brisa pesada. Ele parecia carregar tempestades dentro de si, e Taehyung, observando de longe, percebia o peso que o envolvia, aquele turbilhão que talvez o alfa tentasse esconder de todos. Era impossível não notar a profundidade das sombras que o cercavam, mesmo que ele tentasse sorrir.

O Kim não sabia muito sobre o outro além do que observava. Nunca tinham trocado confidências, mas as palavras se formaram quase que sozinhas em sua mente, desenhando o que sentia ao vê-lo assim. Foi enquanto estava distraído com Yoongi - tendo uma conversa um tanto duvidosa, depois de colocarem as crianças para dormir - que ouviu uma batida leve na porta.