CAPÍTULO 02

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Abrindo minhas safiras que estavam mais claras que nunca, continuo deitada esperando a alma voltar para o corpo ou coragem para enfrentar o dia

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Abrindo minhas safiras que estavam mais claras que nunca, continuo deitada esperando a alma voltar para o corpo ou coragem para enfrentar o dia. Inspiro profundamente e escuto algo quebrando. Mayla está na cozinha.

Sem muita animação, ando quase rastejando até o banheiro, retiro as roupas já preparando-me para tomar um banho na intenção que a falta de energia vá embora junto com a água que escorre pelo ralo. Após ter escolhido um short de moletom cinza e um top branco de lycra, atravesso o arco da porta para me encontrar com o mais novo furacão matinal. Os cabelos molhados secavam naturalmente após ter penteado e os óculos de grau estavam no rosto por causa da claridade.

Ter olhos claros não é tão perfeito quanto imaginam.

— Bom dia. — Murmuro abrindo a geladeira

— Aí amiga, um belo dia! Um ótimo dia! — Diz alegremente — Fiz panquecas, quer?

— Não como isso de manhã... é muita massa...

— Sabia que iria querer — Serve meu prato ignorando minha renúncia — Senta, preciso te contar uma coisa.

Ainda com a cara fechada, seguro a louça empurrada contra minha vontade. Admito, o cheiro estava maravilhoso e por isso acabo cedendo a sua insistência em provar a massa. Ergo as sobrancelhas com admiração ao ver que realmente estavam boas.

— Eu consegui o dinheiro para pagar o aluguel.

— Há? Como assim? — Pauso a degustação e prossigo — O entregador te pagou por ontem?

— O que? Eu não faço programa! — Diz ofendida.

— Foi ironia — Alerto vendo que ela iria se chatear por não ter entendido — Anda, desembucha!

— Então, consegui o dinheiro.... Com um agiota — sussurra a última parte.

— Oi? — A panqueca acaba entrando pelo lugar errado, me fazendo engasgar — Você fez o quê? — Minha face começa a ficar vermelha acompanhada de uma tosse que incentivo para tentar não morrer sufocada.

— Puta que pariu Clara... — Mayla corre até mim –– Levanta os braços!

Bebo o suco de laranja que estava no balcão e consigo empurrar a massa estagnada em minha traqueia. Que panqueca do mal... Depois de conseguir regular a respiração, volto a sentar, afastando o prato. Não vou querer passar perto da morte de novo.

— Está bem? Que susto me deu!

— Como fez isso em? — Ignoro sua preocupação

— Um anúncio apareceu para mim no Instagram.

— Eu não sei porque não pensou que pudesse ser vírus... — Agracio minha garganta com outro gole — Ainda estou esperando algo me acordar porque isso não pode ser real.

Minha Fixação | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora