Albus Severus Potter certamente era alguém de sorte. Ser filho do — Menino-que-Sobreviveu— conferia-lhe uma espécie de proteção invisível. Mesmo sendo pequeno e desprovido de pompa, um simples olhar de Albus era suficiente para silenciar qualquer comentário sobre sua chegada à Sonserina. Ele havia persuadido a professora Minerva McGonagall a adiar a carta que revelava sua seleção, um gesto de misericórdia que ele apreciava profundamente. No fundo, Albus não se sentia culpado ou amargurado por estar na Sonserina. Na verdade, era um lar que finalmente fazia sentido para ele, uma sensação de pertencimento que se enraizou em sua alma.Em Londres, apenas Lily sabia da casa em que seu irmão havia sido colocado. Guardar um segredo desses não era tarefa fácil, mas ela estava acostumada a lidar com situações complicadas. Luna Lovegood, sempre desconfiada de tudo relacionado à Sonserina, torceu o nariz quando soube que Albus havia feito amizade com Malfoy.
Entre centenas de alunos, Albus dividia o quarto justamente com um arrogante platinado. Lily havia encontrado Scorpius Malfoy na plataforma nove e três quartos: um garoto alto, de rosto fino e cabelos luminosos como seda, que a fez se esconder atrás de sua mãe. Esse encontro inicial deixaria uma marca duradoura em sua memória.
(...)
Não havia sol entrando pela janela do dormitório de Albus Potter, e tampouco sua mãe chamando-o para tomar café. Em vez disso, havia um loiro atrapalhado tentando calçar um par de sapatos. Ainda meio sonolento, Albus sorriu ao perceber onde estava e ao sentir a coragem de se afirmar na Sonserina.
— Vamos logo, Potter. Primeiro dia e quero tentar comer algo. Não consegui comer nada ontem, estava tão nervoso que só o cheiro de comida me dava enjoo — disse Scorpius, gesticulando indignado, com os olhos levemente arregalados, cabelos bagunçados e olhos brilhantes. Um pirralho completamente diferente daquele que Albus tinha visto na plataforma e no trem. Scorpius não parecia tão ruim...
— Você pode me chamar de Albus — disse ele, sorrindo de volta.
Scorpius era, sem sombra de dúvida, o aluno mais animado do primeiro ano, e Albus admirava isso. Em poucos minutos de caminhada até o salão principal, ele descobriu que Malfoy era ariano, gosta de chocolate, sua matéria favorita era Poções e que ele tinha uma irmã. A alegria e animação de Scorpius agiam como um catalisador para Albus, que começava a se sentir mais à vontade com sua nova realidade.
— E então? Como são seus irmãos e seus pais? — perguntou Scorpius.
— James se parece com meu tio George, mas é meio maldoso às vezes; enquanto Lily é praticamente uma adulta, a mais centrada entre nós três, mas também a mais impulsiva. Meus pais são tranquilos. Não vejo tanto minha mãe, mas Harry sempre tenta ser presente. Eles são legais. Não sabia que os Malfoy tinham tido outro filho.
— Não tiveram. Ela é afilhada do meu pai. Queria que ela estudasse aqui, mas mora com a madrinha no Brasil. Ela tem a nossa idade, tem um irmão gêmeo também, mas papai falou que eles não se veem há muito tempo.
Apesar da conversa tranquila, Albus se sentiu acuado ao entrar no salão principal. Os olhares se voltaram para a dupla, mesmo com poucas pessoas presentes. Ele sentiu quando Scorpius encolheu um pouco os ombros. James já estava lá e foi uma das pessoas que riu quando Albus se sentou à mesa da Sonserina.
— Não se menospreze, Potter. Ano que vem você vai entrar para o time, e quero ver se seu irmão terá motivos para rir — disse Matteo Nott, com uma voz forte e firme que ecoou pela mesa. Envergonhado, um sorriso nasceu nos lábios de Albus. Talvez sua estadia na Sonserina não fosse tão ruim quanto imaginava.
Os outros sonserinos olharam para Albus com certa esperança. Talvez ele seguisse os passos de seu pai como apanhador de Hogwarts. No fundo, Albus queria ser tão bom quanto Harry havia sido, mas não era rápido o suficiente para ser apanhador. Talvez tentasse ser artilheiro, era alto e isso poderia ajudar em algo, mas James seria goleiro.
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no body, no crime.
Romance"Você é nova demais para saber o que é a morte, Luna. Eu espero que demore para entender seu real significado.." [...] E aos prantos Lily Luna clamou aos deuses, pedindo para que a morte não mostrasse sua face agora." A salvação e temor andavam lado...