Pov Mon
Acordei neste novo dia sentindo o eco do frio que me fez ficar em casa ontem. As cobertas proporcionavam um conforto acolhedor. A chuva do dia anterior me deixara gripada, um lembrete das intempéries do tempo.
Lembranças da jornada para casa debaixo da chuva me faziam estremecer. O vento gélido e as gotas que pareciam cortar o ar deixaram marcas em minha saúde. Ontem optei por um dia de estudo em casa, refugiada do clima inclemente.
Os músculos estão um pouco tensos, a lembrança do dia de estudo intenso anterior ainda se faz presente.
Hoje, apesar de ainda me sentir um pouco debilitada, a necessidade de buscar livros importantes para meus estudos me impulsiona.
Lentamente, me espreguiço e sinto cada articulação se alongando, dissipando a rigidez da posição de estudo prolongada. Os livros e cadernos espalhados pela mesa testemunham a maratona intelectual que vivi. As anotações meticulosas nas folhas amarelas, as marcações coloridas nos livros e os esboços de ideias pendentes me fazem relembrar o esforço e a concentração investidos.
Na noite anterior, enquanto estudava, aguardei ansiosamente a melodia que me encantara, mas a garota que tocara piano não apareceu para tocar novamente.
Lembro-me vividamente de como me senti, olhando pela janela e esperando escutar aquelas notas mágicas que enchiam o ar de poesia. No entanto, o piano permaneceu silencioso, e a noite passou sem o som que tanto me tocara.
A incerteza pairava no ar, deixando-me questionando se aquele momento foi real ou fruto da minha imaginação.
Caminho até a cozinha, o aroma da cevada recém-preparada envolve o ambiente. Cada gole dessa bebida quente me lembra os intervalos durante o estudo, quando aproveitava para refrescar a mente e organizar os pensamentos.
Ao encarar o espelho, vejo um semblante tranquilo e determinado. As olheiras leves sob os olhos atestam as horas dedicadas, mas também refletem a perseverança em busca do conhecimento. Cada minuto foi valioso, e sei que o aprendizado adquirido será a base para meu crescimento pessoal e profissional.
Assim, após uma pausa para o café da manhã, o dia se inicia.
Dirigi-me ao armário e peguei um suéter de lã e também escolhi uma calça confortável para enfrentar as baixas temperaturas. Vesti minhas meias mais espessas e senti o toque macio dos tecidos aquecendo meus pés.
Vesti meu casaco de inverno por cima do suéter, sentindo a segurança e o calor que ele oferecia. Suas mangas longas e capuz eram meu escudo contra a friagem.
Deslizei minhas mãos nas luvas de couro, apreciando o toque suave e o isolamento térmico que proporcionavam. As botas fortes e resistentes eram uma escolha óbvia, garantindo que meus pés permanecessem secos e aquecidos enquanto eu explorava a cidade.
Cada peça de roupa era um aliado contra as baixas temperaturas que o dia prometia.
Saí do meu apartamento, sentindo a brisa gelada tocar meu rosto, fazendo-me encolher levemente e desejar ter colocado um cachecol.
Liguei o GPS em meu celular e comecei a seguir as indicações para a biblioteca que planejava visitar.
O inverno havia transformado a paisagem de Oxford, dando-lhe uma nova identidade. As folhas outonais, que um dia dançaram em tons de vermelho e dourado, agora repousavam no chão, formando uma fina camada que sussurrava a chegada do frio intenso. Os galhos despidos das árvores se estendiam para o céu, em uma dança delicada com o vento cortante.
As ruas de pedra, gastas por incontáveis passos ao longo dos anos, apresentavam-se agora como um mosaico cinza, desafiando o branco imaculado do inverno. O ar gélido trazia consigo uma sensação de pureza e renovação, contrastando com a riqueza histórica que permeava o ambiente.
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Através Da Janela [Monsam]
Romancemon, uma universitária de direito, que se mudou para a Inglaterra, e passou a observar uma pianista pela janela ao anoitecer ou sam, dona de uma biblioteca e pianista, começou a sentir atrações por uma garota que vinha frequentemente a biblioteca