Maria Luiza e Gabriel Barbosa eram rivais, se odiavam, ela era Corinthiana, e ele jogava no flamengo, então ela odiava ele com todas as forças, será que esse ódio todo pode virar amor?
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eu tô surpreso porque a Maria Luiza me chamou pra ir na casa dela porque ela tá sozinha e tá no tédio.
repito, a Maria Luiza.
eu gosto de estar perto dela, de encher o saco dela,e das outras pessoas também, qual é, é mó bom.
eu tô no caminho da casa dela, na real eu já tô entrando no condomínio, eu acho que a gente vai assistir um filme, eu queria outra coisa, mais vamos deixar baixo.
toco a companhia da casa dela, eu ainda não acredito que ela me chamou, logo eu, sendo que o Yuri Alberto tá bem aqui no rio.
- oi Gabriel, entra - ela diz, tá com os olhos vermelhos, não sei se é porque tava dormindo ou se tava chorando.
- oii malu - digo com educação, hoje eu não vou encher o saco dela, ela parece tá um pouco mal.
ela vai em direção ao sofá e eu vou atrás me sentando do lado dela - tá tudo bem?- eu pergunto e ela fica calada - vc tá com o olho vermelho, parecia estar chorando - digo de novo e ela me olha.
- dá pra ver tanto assim? - ela olha pra mim e eu balanço a cabeça em forma de sim.
- não é nada demais, só tô com um pouco de crise de ansiedade- ela diz
- se quiser desabafar eu tô aqui tá- eu falo e coloca a mão na coxa dela.
nunca fui bom com essas coisas, mais aprendi a lidar bem com isso depois das crises que a dhiovanna tem.
- vc me chamou aqui pra ficar com vc por causa disso? - eu pergunto
- sim, eu não sei o que deu em mim, mais só lembrei de você quando começei a ter vontade de chorar - ela diz e os olhos enchem de lágrimas de novo.
- me fala o que tá acontecendo pra mim poder te ajudar - digo e me aproximo mais, não quero me aproveitar da situação, só quero ficar perto pra ela sentir que eu tô aqui do lado dela.
eu me amarro nessa mina pra caralho, o jeito que ela me odeia faz gostar dela ainda mais, ela é a minha versão feminina, o deboche, o mau humor, tudo.
- eu sempre fui criada com minha mãe e com aquele filho da puta que infelizmente é meu pai, o Vini saiu de casa cedo, meu pai bebia muito, e eu tinha muito medo, ele era agressivo quando bebia, queria bater em mim e na minha mãe, quando ele chegava bêbado em casa, a minha mãe me escondia dentro do guarda roupa, eu ficava encolhida e só ouvia os gritos da minha mãe, e eu não podia fazer nada, eu era apenas uma criança de sete anos, indefesa, um certo dia ele chegou em casa muito bêbado mesmo, e eu tava perto da porta brincando com as minhas bonecas, minha mãe tava na cozinha preparando o jantar, ela só ouviu os meus gritos quando ele pegou o cinto e bateu nas minhas costas, eu apanhei tanto que partes do meu corpo sangravam, e eu nem tinha feito nada - ela chora e se encolhe com os joelhos.
eu tô sem reação, não sei o que fazer, apenas encosto mais perto e faço carinho na mão dela.
- ele deixou marcas por todo meu corpo, e eu nunca falei isso pra ninguém, sempre ficou entre mim, ele e a minha mãe, porque ele disse que se a gente contasse ele matava a gente, os anos foi passando, e quando eu tinha dez anos, eu fui estrupada, por ele, me deixou cheia de marcas, e eu não contei pra minha mãe porque ele me ameaçava, não deixava eu usar biquínis pra não mostrar as marcas que ele deixava pelo meu corpo, desde os meus sete anos de idade que eu tenho crise de ansiedade, quando o Vini conseguiu comprar a sua primeira casa, com o dinheiro que ele ganha pelo esforço no futebol, eu fui na casa dele e contei tudo, ele ficou puto da vida, foi até a nossa casa e xingou ele de tudo, aquele homem, disse que ia matar ele, o vini foi até a delegacia, e esse homem ficou sabendo, acho que ele tava com medo de ser preso e acabou fugindo, pra longe, outra cidade no exterior, e depois disso a minha mãe ficou muito doente e faleceu, aí eu fui viver com o Vinícius.
mano, eu não sabia que ela era tão forte assim, eu fico sem reação, e o que eu mais odeio é ver ela chorando e não saber o que fazer, porque eu sou assim?
- eu sinto muito, eu não sabia que vc tinha passado por tudo isso, sempre achei que vc era filhinha de papai e mamãe e que nasceu em berço de ouro - digo
porra cala a boca Gabriel, vc só fala merda.
- todo mundo acha isso, antes eu achava que eu era uma fraca que não conseguia ajudar minha mãe, mais hoje eu reconheço que sou forte por ter passado por tudo isso, e depois que eu fui estrupada por ele, nunca mais quis nenhum homem perto de mim além do meu irmão, mais depois eu fui me soltando mais, mas até hoje eu tenho um pouco de medo, só confio em alguns amigos do meu irmão.
- tipo eu? - pergunto
- sim, tipo você Gabriel - dá uma risada
- olha não conta pra ninguém isso tá? só você, meu irmão e eu sabemos - diz e coloca uma parte do cabelo pra trás.
- tá bom, pode confiar em mim, já passou a ansiedade? - pergunto
- tá passando aos poucos, agora me deu dor de cabeça acho que foi de tanto chorar - ela diz.
- deita aqui no meu colo, deixa eu fazer um carinho na sua cabeça. - digo apontando pro meu colo.
- as vezes eu esqueço que vc é o gabigol e fico na boa com vc. - diz com um olhar sério m
- relaxa pô, eu sei que eu faço gol em cima do seu time mais não precisa me odiar, - digo pra encher o saco dela.
- nossa eu te odeio - ela diz e joga uma almofada em cima de mim - posso te abraçar? - Du nada ela fica triste de novo - bateu uma depre aqui agora - diz
- pode, vem cá marrentinha - digo e ela me abraça, um abraço bem forte.
- eu gosto de você sabia? Me amarro em você, no seu jeito debochado, suas covinhas na bochecha, seu sorriso, gosto de você pra caralho mesmo - digo e nem eu mesmo sei o que eu tô falando, pqp.
- ok, eu não sei o que falar, porque eu sei que toda vez que alguém fala isso, eu caio, depois que a pessoa me pega, nunca mais olha na minha cara - ela da um sorriso irônico.
- você acha que eu sou assim? eu sou fiel, gostoso, e muito romântico.
- o último fiel romântico kkkkkkk. - ela diz e se levanta do meu colo.
- que tal a gente ficar se conhecendo melhor? - digo- tipo, a gente se pega, mais não se apega, apenas vamos curtindo e vamo ver no que vai dar.
- Gabriel vc é muito engraçado kkkkkkk, de onde vc tirou isso? Tá doído, a gente nunca mais vai se pegar não, aquilo lá foi porque eu tava bêbada - ela diz rindo
- é vc falou que a gente não ia se pegar mais, e que aquela vez que a gente se beijou na praia foi a última vez, mais quando a gente entrou no banheiro vc esqueceu tudo o que disse e nem tava bêbada. - digo com um sorriso de canto.
- ai cala a boca Gabriel - dá um tapa no meu braço e da um sorriso.
que sorriso do caralho, mano, eu tô louca nessa mulher, eu tô ficando maluco, e tô quase beijando ela a força.
