Andando cautelosamente, João manteve seus sentidos aguçados, tentando detectar qualquer sinal do soldado ou de outras possíveis ameaças. Cada sombra movendo-se entre as árvores, cada ruído do vento nas folhas, fazia-o parar e escutar atentamente.
Os sons da floresta eram uma mistura de melodias noturnas e sussurros misteriosos. De vez em quando, o distante uivo de um lobo ou o coaxar de sapos em alguma lagoa próxima quebravam o silêncio. Mas o que mais inquietava João eram os sons que ele não conseguia identificar, sussurros quase humanos e passos leves que pareciam vir de todas as direções.
O medo pulsava em suas veias enquanto ele avançava, lembrando-se das histórias que ouvira sobre criaturas da noite que habitavam florestas profundas e escuras. Tentando manter a calma, ele repetia para si mesmo que eram apenas histórias, tentando não deixar a imaginação tomar conta de seus pensamentos.
Então, de repente, ele viu algo que chamou sua atenção: uma luz fraca, piscando entre as árvores. Parecia ser uma tocha ou talvez uma fogueira. Tomando uma respiração profunda, João decidiu seguir em direção à luz, esperando encontrar algum tipo de abrigo ou, quem sabe, respostas para os muitos mistérios que o cercavam.
Movendo-se com cuidado, João se aproximou da luz, usando a densa vegetação como cobertura. O pedaço de madeira estava firme em sua mão, pronto para ser usado caso fosse necessário.
À medida que se aproximava, ele pôde perceber que a luz vinha de uma pequena fogueira, e ao redor dela havia figuras sentadas. Pareciam ser três pessoas, vestindo capas com capuzes que ocultavam seus rostos. Estavam conversando em voz baixa, impossibilitando João de ouvir claramente o conteúdo da conversa de sua posição atual.
Uma das figuras segurava um objeto que brilhava à luz da fogueira, parecendo ser algum tipo de artefato ou relíquia. A curiosidade de João foi imediatamente despertada, mas ele sabia que deveria ser extremamente cauteloso.
Decidindo observar um pouco mais antes de tomar qualquer ação, ele se escondeu atrás de uma árvore próxima, tentando captar mais detalhes sobre o grupo e a situação. Ele esperava descobrir se essas pessoas eram amigas ou inimigas, e qual poderia ser a conexão delas com o castelo e sua própria situação.
Com os olhos atentos e ouvidos aguçados, João continuou a observar as figuras em torno da fogueira. Com o tempo, ele começou a distinguir fragmentos de sua conversa, embora o sussurro das árvores e o crepitar do fogo tornassem difícil ouvir tudo claramente.
"O artefato precisa ser levado ao templo... Antes da próxima lua cheia", disse uma das figuras.
"Ele detém o poder de desbloquear o portal", respondeu outra.
A terceira figura, que parecia ser a líder do grupo, levantou o objeto brilhante para inspecioná-lo. "Precisamos ser cautelosos. Há aqueles que dariam tudo para colocar as mãos nisso."
João se perguntava o que seria esse artefato e qual seria a sua importância. Ele sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao pensar na possibilidade de o artefato estar relacionado à sua situação e ao castelo das sombras.
A conversa continuou por mais algum tempo, com as figuras discutindo planos e rotas de viagem. Gradualmente, um a um, eles começaram a se deitar, com a fogueira iluminando o acampamento em uma luz suave e dourada. Pareciam estar se preparando para descansar.
Vendo a oportunidade, João pensou em suas opções. Ele poderia se aproximar silenciosamente para investigar o acampamento e o artefato, ou talvez tentar falar com eles, arriscando a possibilidade de serem hostis. Ele também considerou a ideia de apenas continuar seu caminho, mas a curiosidade sobre o artefato e sua possível conexão com seu próprio mistério era forte. Ele precisava decidir rapidamente.
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Castelo das Sombras
General FictionEra uma manhã fria e nublada quando João acordou, sentindo o chão de pedra sob seu corpo. Ele piscou várias vezes, tentando se acostumar com a luz fraca que vinha de uma única janela alta e estreita. Sua cabeça doía e suas roupas estavam sujas e ras...