Capítulo 5 - "Todos nós somos especiais à nossa maneira"

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Lena olhou para João com um olhar compreensivo, percebendo sua confusão e desespero em que João estava naquele momento. Ela suspirou, escolhendo cuidadosamente suas palavras.

— O mundo real é o que a maioria das pessoas vê e experimenta todos os dias. É tangível, previsível e opera de acordo com leis e regras naturais. Mas há outro mundo, o mundo mágico, que existe paralelamente a ele. Neste mundo, a magia reina, e coisas que parecem impossíveis no mundo real são comuns aqui.

Lena fez uma pausa, olhando para a marca na mão de João em que o mesmo mostrava a ela querendo saber se detia uma resposta a aquela marca que surgiu em seu corpo desde que chegou no castelo das sombras.

— Esta marca, por exemplo, é um sinal de que você tem uma conexão especial com o mundo mágico. Pode ser um sinal de destino, uma herança ou talvez um chamado. João engoliu em seco, absorvendo a informação.

— Então, eu sou... especial?

Lena sorriu suavemente.

— Todos nós somos especiais à nossa maneira, João. Mas sim, você tem algo único. A marca em sua mão é rara e não é algo que se vê todos os dias.

O Jovem garoto olhou para sua mão, tentando entender o significado e a origem da marca.

— Mas por que eu? Por que fui levado para aquele castelo?

Lena hesitou por um momento.

— Acredito que tudo acontece por uma razão. Talvez haja algo que você precise descobrir, ou talvez alguém ou algo esteja te chamando. O Castelo das Sombras tem muitos segredos, e você pode ser a chave para desvendar alguns deles.

João sentiu um misto de medo e determinação. Ele estava decidido a descobrir mais sobre sua conexão com o mundo mágico e o significado da marca em sua mão. Com Lena ao seu lado, ele sentiu que estava um passo mais perto de desvendar os mistérios que o cercavam.

— Obrigado, Lena, por tudo

disse João, sentindo a exaustão se apossar de seu corpo. Os eventos daquele dia, as informações e os mistérios haviam cobrado seu preço.

Lena assentiu, seu olhar gentil transmitindo compreensão e empatia.

— Descanse agora, João. Amanhã é um novo dia, e você precisará de todas as suas forças para continuar sua jornada e desvendar os mistérios que o cercam. Lembre-se, você não está sozinho.

João apenas assentiu, sentindo uma onda de gratidão por ter encontrado Lena. O jovem se dirigiu ao quarto que ela havia preparado para ele. Ao entrar, sentiu o ambiente aconchegante e acolhedor. A cama parecia incrivelmente convidativa, e ele não demorou a se deitar.

O conforto do colchão e o silêncio reconfortante da vila rapidamente levaram João a um sono profundo. No vasto reino de seu subconsciente, João caminhava por um corredor sem fim, onde portas de todas as formas e tamanhos se alinhavam dos dois lados. Cada porta representava uma memória, um fragmento de seu passado. Algumas portas estavam claramente visíveis, enquanto outras estavam cobertas de teias de aranha, escondendo memórias esquecidas ou suprimidas.

O garoto começou a abrir cada porta, desesperado por respostas. Atrás de uma, ele viu a si mesmo quando criança, brincando em um campo ensolarado com outras crianças. Em outra, ele estava sentado à mesa de jantar com uma família que ele não reconhecia, mas sentia uma conexão profunda.

À medida que avançava, as memórias começavam a se tornar mais obscuras e fragmentadas. Ele viu flashes de rostos desconhecidos, lugares que nunca havia visitado e conversas que não conseguia entender. Uma sensação de urgência e perigo permeava essas memórias, e João podia sentir o peso do medo e da confusão.

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