Quem sou eu?

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Eu surgi com a ideia de amor infinito, mas não possuía um nome ou um rosto. Eu era uma estrela que não estava pronta para enfrentar a vida onde os humanos habitam. Mas aqui estou, uma humana!

O amor chamou-me de Aline. "Serpente nobre" é uma das variações desse nome. Imagino-me como uma linda cobra rastejando em busca da liberdade. No entanto, o inverno chegou e eu me tornei só, presa na minha própria cabeça.

  Na penumbra, eu permaneci até finalmente me tornar Peregrina. Peregrina, na verdade, é um personagem fictício do livro que tanto tenho afeição. Nas folhas de papel, ela era uma alienígena que pulou de planeta em planeta, mas foi na Terra que ela conheceu o medo e a felicidade em medidas extremas e descontroladas. Dentro do furacão, descobri que eu também era ela.  

Mas ser Aline e Peregrina não pareceu o bastante para mim. Eu queria ser mais, portanto, provoquei a minha própria morte. Ah, sim, eu tive que morrer para renascer. Ava é aquela que tem vida e Lee é aquela que habita o prado. Prazer, Avalee ao seu dispor. Eu corro com os lobos mesmo com a visão nublada ou diante de uma encruzilhada.

Aline, Peregrina, Avalee. Há quem diga que é o suficiente, mas eu digo que não. A necessidade sussurra nos meus ouvidos sempre que eu seguro uma vela e danço para a lua. Preciso de mais um nome! Mas esse é impronunciável, intocável e protegido por uma única chave que se encontra no mais profundo buraco lamacento.

Eu sou tantas coisas para tantos nomes e por isso não sou capaz de me definir sem a beleza da complexidade. E se parar para pensar, o complexo pode ser também uma definição.

Chuva de palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora