O início do jogo.

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Jean

Meu coração está palpitando. Preciso fazer alguma coisa. Glenda está morta. Não podemos esperar um carro passar por cima do Luís, certo? Precisamos... precisamos tirar o corpo dali, precisamos...

Aila está chorando. Eu praticamente a arrasto até o lado de fora enquanto nos aproximamos de Luís.

— Meu Deus! O que aconteceu? — Camila exclamou, levando as mãos à boca.

— Quem fez isso? Quem matou ela? — Ricardo perguntou, olhando em volta.

— Foi ele! Foi ele! — Aila acusou derrepente, apontando para Luis. — Ele armou tudo isso! Ele queria matar todos nós!

Não faz sentido nenhum. Ela estava disposta a seguí-lo para o meio do nada há menos de cinco minutos. Está em choque.

— Não! Não! Eu não fiz nada! Eu juro! — Luis negou, desesperado. — Foi um homem, um homem que saiu de um carro preto. Ele atirou nela e fugiu. Ele disse que ia matar todos nós. Ele disse que eu deveria ter aceitado o convite dele.

— Que convite? Que homem? Do que você está falando? — Indaguei, confuso.

— Eu... eu não sei... eu não sei quem é ele... eu não sei o que ele quer... — Luís balbuciou, sem sentido.

— Você está mentindo! Você está envolvido nisso tudo! Você é um traidor! — Aila gritou, furiosa.

Ela avançou sobre Luís e tentou agredi-lo. Ricardo e eu a seguramos. Cams se aproximou de Luis e tentou consolá-lo. Ele estava em choque, tremendo e chorando. Ele não faria nada desde tipo, jamais. Nós vimos, vimos o cara. Não faz sentido Luís ter alguma relação com isso.

Enquanto Ricardo entra para tentar ligar para a polícia e Cams tenta ajudar Luís, seguro o rosto de Aila com as mãos. Tento secar suas lágrimas, mas elas são imparáveis.

— Você precisa respirar fundo. Nem que demore o dia todo, a semana inteira. Eu tô com você, eu tô aqui. – eu digo pausadamente, encarando seus olhos. — Aila, a gente precisa entrar. Não é seguro ficar aqui.

— Você tá aqui, mas e ela? E a minha irmã, Jean? – ela grita. — Eu não vou entrar. Não vou, não vou.

Aila se rebate, soca meu peito e se derrama em mais choro. Não têm como amenizar a situação. Todos estamos tão abalados quanto ela, só não somos reativos e estamos tentando manter uma barreira para impedir um colapso.

(...)

Camila

Ninguém notou a câmera se mexendo no topo da árvore quando voltamos para a rua mais tarde. Mas eu notei. Todos estavam focados no fato assustador: O corpo de Glenda não estava mais na rua quando a polícia apareceu. Responder perguntas cheias de malícia e sensacionalismo sobre um "desaparecimento" de minha prima foi a gota d'água.

— Mas vocês não precisam de nada, Caca? – a voz de Bruno ressoou por todo o carro. — Eu posso ir até vocês, cuidar da casa e dos fofoqueiros...

Aila soltou uma risada irônica. Ela está começando a me dar medo, não chora mais, mas está parecendo outra pessoa.

— Relaxa, amigo. O PH vai ir cuidar da casa depois, e estamos indo nos cuidar em outro canto. – forço um pequeno sorriso. — Só liguei pra te avisar sobre a parada nas gravações.

— Beleza, cá. Se cuida de verdade, e diz pra Ailinha que é só mandar mensagem se ela quiser se distrair. Você também.

— Falou, mano. – Luís diz, tomando o celular da minha mão e encerrando a chamada. — Cara chato.

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