ㅤㅤ❝No jogo dos tronos ou se vence ou se morre.❞
𝗔𝗟𝗬𝗦 𝗦𝗡𝗢𝗪 não deveria ser uma jogadora. Nascida bastarda seu único papel no mundo deveria ser, servir aos seus irmãos quando eles se tornassem lordes e ladys, e assim seguir seu caminho. Mas q...
❝ ───── Com esta carta, dou início a muitas outras que provavelmente virão. É um lembrete para mim mesmo sobre quem eu sou e quem devo me esforçar para continuar sendo. ❞ ── Alys Snow, carta um
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Parados na neve derretida, Alys avistou a nuca de seu pai entre as cabeças à sua frente. Seus cabelos castanhos estavam presos, com alguns fios soltos. A visão a transportou para uma memória da infância, fazendo-a sorrir com carinho quando seu pai costumava carregá-la nos ombros para a colocar na cama, sempre segurando aquele pequeno rabo de cavalo.
Ela e Jon se mantinham afastados do restante da família, aguardando a chegada do rei com ansiedade. Seus olhos continuavam observando a multidão antes de voltar-se para sua loba. Ao menos tinham permissão para manter os animais por perto, ao contrário de seus irmãos, que foram instruídos a mantê-los afastados para não perturbar a rainha e seus filhos. "Vantagens de ser bastarda", pensou, quase rindo.
Blizzard, sua loba, tinha agora o tamanho de um cão de médio porte, embora ainda fosse considerada filhote. Ela se surpreendeu ao notar como alguns dos lobos estavam disciplinados depois de alguns meses.
Desde que chegaram ao castelo, haviam se tornado a alegria de todos, comportando-se quase como cães domésticos. Até mesmo Sansa se encantou com sua pequena loba, que batizou de Lady. Arya, para se diferenciar, escolheu o nome Nymeria para a sua. Assim como suas donas, as lobas eram opostas em comportamento.
Blizzard, assim como ela, estava no meio-termo entre o comportado e o desobediente. Embora seu nome evocasse a ideia de uma tempestade de neve, era Blizzard, a menor da ninhada, que frequentemente evitava conflitos entre os seus irmãos.
Seus pensamentos foram interrompidos quando ouviu um estalar de dedos ao seu lado. Jon riu, e ela revirou os olhos. Ele parecia mais melancólico do que o habitual, escondendo-se atrás de risos forçados. Fantasma, estava atrás dele, silencioso como sempre.
— Se você soltar mais um suspiro, juro que vou fazer você engolir. — bufou Alys.
— Hipócrita. — Jon finalmente riu.
O silêncio que se seguiu foi confortável, e Alys notou como Jon tinha crescido durante as luas passadas. Agora, ele era um palmo mais alto que ela, algo que parecia impossível quando ela costumava se apoiar na cabeça dele para provocá-lo.
— Como você acha que ele é? — Jon perguntou, quebrando o silêncio.
— Quem? — Alys respondeu distraída.
— O rei, idiota.
— Não me chame de idiota, babaca! — Alys resmungou, quase rosnando. — Acho que ele deve ser um grande homem como nas histórias que o pai nos contou.
— Dizem que ele derrubava homens maiores que ele, se é que isso é possível.
— Bem, ele matou Rhaegar com uma martelada no peito, e dizem que ainda é possível encontrar os rubis que caíram de sua armadura no Tridente.
