At the end of every road

Inimigos, Parte 1

Harry Potter escapou da morte pela pele dos dentes e pelo poder de seu espírito.

Ele fugiu de Voldemort e seus leais cães de caça, segurando a Taça Tribruxo em uma mão e o cadáver rapidamente enrijecido de Cedrico Diggory na outra. Ele despejou cada resquício de sua considerável vontade em desejar ir embora.

Leve-me de volta, ele pensou. Eu preciso voltar. De volta a Hogwarts. Me leve de volta.

Felizmente para Harry, a Taça já havia sido transformada em uma chave de portal bidirecional, e um simples toque ativou o feitiço para trazê-lo de volta ao castelo.

Infelizmente para Harry, e sem o conhecimento dele e de todos os outros, o trabalho de charme de Bartô Crouch Jr. não saiu exatamente como deveria. Tal é o risco de tentar alterar objetos antigos, magicamente poderosos e semi-conscientes; nunca se pode dizer exatamente como as modificações irão interagir com a magia inata.

Quando Harry tocou na Taça instável, duas coisas aconteceram.

Em primeiro lugar, e muito menos significativo, a Taça reconheceu que a tarefa estava concluída e que o rapaz que a tocava era o vencedor do torneio. As palavras ' Harry Potter, Campeão de Hogwarts, 1994 ' foram imediatamente gravadas na base da Taça, juntando-se à lista dos muitos vencedores anteriores em glória imortalizada.

A segunda coisa, muito mais impressionante, que aconteceu envolveu um poder mágico considerável e mais do que uma pequena viagem no tempo. A magia instável da Taça ouviu o apelo de Harry para voltar , e assim a Taça o levou de volta.

Leve-me de volta , Harry pensou desesperadamente, o corpo tenso de medo, meio que esperando que uma maldição mortal o atingisse nas costas no exato momento de sua fuga. A Copa atendeu e o levou embora, voltando para 1987.

Eu preciso voltar , Harry entoou internamente, e a Taça ouviu e tentou com mais afinco, agarrando-se a 1963. O corpo de Cedrico se perdeu no redemoinho, mas a magia da Taça agarrou-se firmemente ao seu Campeão.

De volta a Hogwarts , cada grama de magia de Harry disse, alcançando e puxando, e a Taça se juntou a ela, empurrando cada vez mais para trás, até 1950.

Leve-me de volta, foi o último e desesperado pensamento de Harry antes de perder a consciência. A Taça, um objeto orgulhoso e poderoso, confuso e ofendido por ser tão manipulado por pessoas como Crouch, fez o que pôde por seu Campeão. Com uma última explosão de esforço, ele recuou e recuou, até não ter mais nada para dar.

E então um menino e uma xícara apareceram num piscar de olhos, no meio do campo de quadribol de Hogwarts, em uma noite chuvosa de junho de 1942.

—

Naturalmente, o pandemônio estourou.

Os alunos de Hogwarts já haviam passado quase 11 horas amontoados nas arquibancadas assistindo a um longo jogo de quadribol entre Lufa-Lufa e Corvinal. O placar estava próximo de mil, mas nenhum dos apanhadores conseguiu encontrar o pomo e assim o jogo continuou, para a miséria de quase todos os envolvidos.

Harry deveria se considerar muito sortudo pelos buscadores serem tão incompetentes, caso contrário o campo estaria vazio e seu corpo inconsciente não teria sido encontrado até de manhã. Imagine as fungadas que ele teria contraído depois de passar uma noite deitado no chão frio e úmido, inconsciente de exaustão mágica depois de viajar quase um século no tempo.

Do jeito que estava, um terço da escola estava assistindo ao jogo e, portanto, testemunhou o clarão ofuscante de luz que anunciou a chegada de Harry. Os alunos engasgaram e gritaram e gostaram muito do choque. Os professores correram para o campo, com as varinhas em punho e prontos para se defenderem desse intruso misterioso.