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— Foi humilhante! — Wilson resmungou batendo a porta do armário.
— Se não tivesse sem calça, não tinha rolado. — dei os ombros comendo meu cereal.
— Eu tinha acabado de acordar e fui pegar um copo d'água, porque eu tô de ressaca. — Jô continuou falando, mas eu parei de prestar atenção quando a Carol entrou na cozinha com a cara emburrada, coçando os olhos. Seu cabelo estava solto e ela estava usando apenas uma blusa minha. — Por que aqui não tem copo, caneca ou nada do tipo?
— Você grita demais pra alguém que tá de ressaca. — Carolina reclamou e eu concordei, desviando os olhos dela.
— O chefe da cirugia acabou de me apalpar e eu tive que dormir no chão da sala, porque vocês não tem móveis e eu estou com torcicolo. — a interna reclamou e eu olhei pra Carol que me olhou.
— Achei que a gente tivesse combinado de você não trazer ninguém pra cá.
— Eu não transei com ela.— me defendi.
— É, cruzes. A gente não tá transando. Somos amigos. E ser amiga dele tá simplesmente arruinando minha vida. — Jô falou e eu dei os ombros mastigando o cereal.
— Já me disseram isso.
— Que mané. — Carol pegou o cereal da minha mão.
— Compra um sofá, ou eu nunca mais bebo com você. — Wilson apontou na minha direção.
— Se está com sede, é só enfiar a cara na torneira. — Carolina explicou deixando o cereal na bancada. Ela segurou o cabelo e ligou a torneira, bebendo a água que caia.
— Ata. — Jô riu. — Eu vou pro hospital, onde tem comida e copinho plástico. — pegou a bolsa e saiu.
Peguei o cereal de volta e mastiguei enquanto observava a Carol, que continuava bebendo água embaixo da torneira. Seu corpo inclinado sobre a pia, fazia minha blusa subir, deixando sua calcinha branca de renda amostra. Desviei o olhar quando ela levantou secando a boca.
— O que você tá fazendo com a minha blusa em? — perguntei vendo ela puxar a caixa de cereal mais uma vez da minha mão.
— Minhas roupas estão lavando. E as suas me servem.
— Devolve meu cereal. — pedi.
— Não, é a única coisa que tem pra comer nessa casa.— ela falou e eu revirei os olhos.
•••
— Soube que a sua namorada tava desfilando de calcinha na cozinha hoje cedo. — Yang implicou e eu enchi meu copo de café.
— Que namorada coisa nenhuma. Eu sei que é estranho, ela é muito bonita e tá sempre por perto...mas eu não penso nela desse jeito. É como se eu e a Carol estivéssemos transando. — me sentei na mesa.