Capítulo 2

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O primeiro encontro dos dois ocorreu na apresentação do novo carro, e tudo correu de forma muito tranquila. Depois vieram os ensaios fotográficos, as entrevistas coletivas e as gravações para a McLaren, e então a temporada começou. A amizade deles evoluiu gradualmente ao longo dos meses. Oscar passou a confiar mais em Lando como amigo, até mesmo se permitindo reclamar da equipe, algo que temia fazer no início. Lando, por sua vez, começou a entender que Oscar tinha uma energia mais calma, era muito focado e inteligente, além de ser bom em analisar outras pessoas. Foi quando Lando percebeu que Oscar adorava fofocar e falar mal dos outros que a amizade realmente se consolidou. Foi em uma conversa pré-corrida, enquanto zombavam de Lewis e riam juntos, que eles perceberam que podiam contar um com o outro.

Oscar descobriu que bastava comentar sobre o comportamento ou a aparência de algum piloto no ouvido de Lando para fazê-lo cair na gargalhada. E Lando percebeu que um simples olhar, um levantar de sobrancelha e um gesto com a cabeça eram suficientes para Oscar entender do que ele estava falando. Oscar tinha uma risada tímida, quase debochada, enquanto Lando era o Lando, com sua risada estrondosa, uma de suas maiores características.

Na noite seguinte ao ótimo resultado em Silverstone, Lando não conseguia parar de contar a Oscar cada detalhe de sua corrida, da cerimônia do pódio e da festa com champanhe. Depois de terminar o jantar, os dois decidiram se sentar no terraço do prédio da McLaren para continuar a conversa a sós. Lando estava cheio de entusiasmo, e Oscar compartilhava do mesmo animo do amigo. Oscar ouviu Lando falar por horas, relembrando vários momentos engraçados de sua carreira na Fórmula 1. Ele concordava, fazia perguntas aqui e ali, ria das piadas e das experiências surreais de Lando, e seu sorriso denunciava sua felicidade diante da empolgação do companheiro. Com o passar das horas e diminuição do nível de adrenalina, Lando se abriu mais com Oscar, compartilhando histórias de sua infância e suas corridas de kart com outros pilotos. Oscar sentiu a necessidade de compartilhar algo pessoal também, e assim ambos ficavam acordados até tarde, conversando sobre o passado e suas experiências como pilotos, percebendo que tinham mais semelhanças do que imaginavam.

Esse hábito de sentar-se no terraço nas noites que antecediam as classificatórias ou corridas tornou-se um ritual para os dois pilotos. No início, suas conversas eram centradas principalmente na corrida, com Lando explicando detalhes das pistas que Oscar não conhecia e compartilhando histórias sobre como havia sido a corrida no ano anterior. Quando o assunto se esgotava, Oscar puxava temas mais pessoais, falando sobre sua semana, os novos jogos que havia comprado para seu computador e os treinos no simulador que havia realizado. Lando, por sua vez, compartilhava suas próprias experiências da semana, incluindo as festas que havia frequentado e as pessoas que havia conhecido. Ele também expressava saudades de casa e de sua família. Esse ritual não apenas fortalecia sua amizade, mas também proporcionava um momento de descontração e alívio do estresse antes das corridas.


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