Capítulo XXXIX

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Avisos: Este capítulo pode conter gatilho para pessoas que sofrem de síndrome do Pânico e ansiedade.

Caminhando pro final e já sentindo saudades mas, vem 2ª temporada caso vocês queiram realmente a continuação dessa fic.

Comentem MUITO, quero saber se estão gostando, se querem continuação, conversem comigo e vamos juntos.

Boa leitura e até breve.
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Estado de choque. Quando sua cabeça funciona a 150 km/h e te obriga a raciocinar e pensar rápido. Quando há tanta informação chegando que você não possui tempo para absorver quaisquer coisa.
Era tanta pergunta sem resposta que eu fui entrando em um colapso, o meu próprio eu foi me sucumbindo e uma escuridão foi tomando conta do meu ser. Eu estava tendo uma crise de pânico? Sentia meu coração acelerado, como se o coração a qualquer minuto fosse saltar do meu peito e sair correndo desenfreado, sem rumo. Entrei num quarto de plantão encostando atrás da porta apoiada em meus joelhos e tentei respirar fundo. Comecei a andar de um lado pro outro como se, em uma esperança curta, o chão fosse se abrir e me engolir junto com tudo o que eu estava sentindo. Não aconteceu. Vi um residente entrar no quarto e me ver naquele estado e automaticamente fechar a porta novamente. Desabei a chorar. Eu não tinha controle daquilo, eu não tinha como parar. Eu se quer sabia como parar. Sentei no chão com a mão na cabeça e ali tentava buscar o ar que me faltava. Novamente ouvi a porta se abrir só que dessa vez eu não escutei o barulho dela se fechar, apenas senti um braço me rodear e me puxar. O soluço não acabava e quando ouvi aquela voz parece que descarreguei todo o sentimento ruim que estava me consumindo.

Rosamaria: ei -passou a mão nos meus cabelos- amor, calma. -eu abracei ela de volta- vai ficar tudo bem, eu tô aqui com você, ouviu? -concordei sem falar nada-

Aos poucos o choro preso na garganta foi diminuindo e o ar voltou a entrar com mais facilidade nos pulmões. Me desvencilhei dos braços de Rosa por alguns segundos e encostei minha cabeça na parede enquanto enxugava as lágrimas.

Rosamaria: você quer conversar sobre? -eu olhei pra ela-

Gattaz: eu tô esgotada. -respirei fundo- além de tá esgotada eu sinto que as pessoas ao meu redor querem que eu me esgote o suficiente pra me derrubar. Eu tô carregando o meu fardo e o fardo de ser um fardo pra outras pessoas. -eu olhei pra Rosa- eu acho que sei quem tá tentando me ferrar. -fechei os olhos e senti a Rosamaria se ajeitando do meu lado e me encarando- é a Jovana.

Rosamaria: não Carol, ela não faria isso. -me olhou seria-

Gattaz: ela me jogou uma indireta bem direta hoje sobre você e definitivamente eu não duvido.

Ficamos ali durante um tempo conversando e ela tentou a todo custo me acalmar, o que funcionou. Respirei fundo voltando aos meus afazeres, fui cuidar da minha paciente dos testes.

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SEXTA-FEIRA, 8am...

Acordei com o corpo pesado como se um caminhão bitrem tivesse passado por cima de mim e dado ré. O dia tava nublado, mórbido, o vento cortava com força e mostrava que o dia ia ser frio. Pior que o cansaço físico era o mental. Meu psicológico estava completamente desgastado e eu só queria que aquilo tudo passasse, seja pro bem ou pro mal. Me movimentei no colchão pela primeira vez, esticando os braços e senti o corpo da Rosa ao meu lado no colchão. Tive outras crises horríveis daquela durante a semana, o que foi motivo suficiente pra minha namorada se recusar a me deixar dormir sozinha. Fui motivo de burburinho durante a semana nos corredores do hospital, pois magicamente a notícia de que Rosamaria chegava de carro comigo todos os dias, se espalhou. O que consequentemente piorou um pouco da situação em que eu já estava. Mas, por incrível que pareça, Rosamaria enfrentava tudo de cabeça erguida sendo apoio suficiente pra mim e pra ela, já que naquele momento, eu não tinha forças.
Levantei da cama sem fazer muito barulho tentando não acordar a Rosa, peguei meu celular indo direto pro banheiro e vi que o grupo das meninas já estava movimentado. Apenas puxei a barra de notificação tentando entender o que estava acontecendo sem precisar abrir o grupo e apenas vi a mensagem da Thaisa seguida da Sheilla.

Give water to the wineOnde histórias criam vida. Descubra agora