Capítulo 1

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Nota: Essa fanfic me pertence, escrevi originalmente em inglês, postada sob o link: https://archiveofourown.org/works/41579382/chapters/104288523. Esta é minha contribuição para o episódio 1x02, os próximos capítulos serão de acontecimentos alternativos que se desenrolaram até o episódio 4. Essa fanfic tem 4 capítulos. Os diálogos totalmente em itálico é quando eles conversam em Alto Valiriano.

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01

Rhaenyra sentiu como se algo tivesse quebrado dentro de si quando ouviu Otto Hightower proferir aquelas palavras. Ela sabia que talvez fosse muito difícil Daemon Targaryen engolir o orgulho e apoiá-la em sua causa, mas ela recusava-se também a acreditar que ele iria tão baixo ao ponto de magoá-la daquela forma: Roubar o ovo que havia escolhido para o seu tão adorado irmão. Isso era algo que ela custaria a perdoar.

Durante toda sua vida ela viveu assombrada com a possibilidade de ter um irmão homem, alguém que pudesse roubar a afeição do seu pai; a atenção de todos. Porém, toda vez que sua mãe engravidou ela era dominada por uma plena sensação de amor. Ela amava demais a sua mãe e era incapaz de odiar um irmão, porque sabia que esses filhos vinham dela e eles estariam ligados pelo sangue para sempre. Mas ela esperava que sua pequena Visenya chegasse algum dia, entretanto.

Infelizmente ela não veio, e nesse duro processo da sua chegada, perdera sua amada mãe e irmão, e, aquele ovo teria que aguardar um novo herdeiro Targaryen. Mesmo assim, isso não significava que ele tinha o direito de lhe roubar algo tão precioso. Nem mesmo ele tinha esse direito, diga-se de passagem.

Foi dominada por essas emoções que Rhaenyra montou em Syrax, mesmo ouvindo reclamações de dragonkeepers ao fundo. Ela alcançaria Otto e sua escolta a tempo. Era ela quem deveria pôr um ponto final nesse conflito.

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Daemon sentiu quando a postura ameaçadora de Caraxes mudou e ele começou a emitir sons quase serenos, como se tivesse dando boas vindas a mais alguém. Felizmente a escolta de Otto ainda mantinha uma posição cautelosa, quando Syrax emergiu por entre as nuvens e névoas, pousando graciosamente na ponte de Dragonstone em seguida. Daemon quase foi invadido por pura sensação de êxtase observando aquele olhar de orgulho em sua sobrinha. Nem ele pensaria num movimento tão arriscado e riu internamente pensando em como ela planejou aquela entrada espalhafatosa.

Caraxes e Syrax mantinham uma comunicação entre eles enquanto Damon bufava internamente pensando o quanto ele estava sendo óbvio. Toda aquela atmosfera ameaçadora havia mudado, ainda que Otto, a Guarda Real e seus outros bons homens exalassem o medo. Sua doce sobrinha os dispensou toda cheia de determinação e andou até ele com passos apressados. Ele mesmo teve que fazer um esforço absurdo para ficar parado e não ir correndo até ela. 

Tudo o que queria era ela em seus braços e lhe dizer que foi uma tormenta passar seis meses longe dela, mas obviamente nenhuma palavra dessa sairia de sua boca e tudo o que ele fez foi sustentar uma posição mais ereta possível. Desde os meses que sucederam seu penoso casamento ele nunca tinha ficado tanto tempo longe dela.

— Meu pai me nomeou princesa de Dragonstone. Você está morando no meu castelo, tio 

Quando ela invadiu seu espaço pessoal ele mesmo pôde sentir toda sua própria linguagem corporal mudar. Ela era como o sol que atraia tudo em sua volta e ele instintivamente se sentia mais aberto diante dela. Isso era um erro, mas ele não se importava. Adorou como ela escolheu conversar em Alto Valiriano com ele (a maioria não entenderia sua conversa, mas também era algo que os conectava intimamente); não só por causa de sua ancestralidade, mas também porque ele a havia ensinado quando ela era apenas uma criança e ele um mero adolescente, mal era um homem.

— Não até a maioridade.

Ele sabia que o aniversário dela estava chegando, mas ele não se continha de vontade em tentar provocá-la de alguma forma.

— Você deixou seu Rei irritado.

Ele esperava que sim. Ele queria Viserys ali, porque sabia que enquanto ele estivesse sob domínio de Otto Hightower nenhum dos dois dariam o braço a torcer para se acertarem. Essa era sua real intenção desde o início.

— Não vejo porquê. Hoje é um dia de celebração. Eu vou me casar.

— Você tem uma esposa.

Ele pôde sentir um pouco de insatisfação no tom dela.

— Não uma da minha escolha.

Ele queria que ela pudesse compreender o que estava ali nas entrelinhas. Entretanto também não era nenhuma mentira que se ele pudesse escolher ainda estaria solteiro. Mas ela decidiu o confrontar sobre o ovo.

Parte dele se enrijeceu porque não tinha pensado que aquele era o motivo de sua visita e da sua ira. Seria muito presunçoso da sua parte pensar que era ciúmes. De repente compreendeu que a havia magoado de alguma forma e teria que consertar aquilo algum dia. Sentiu um pouco de raiva de si mesmo por provocar esse sentimento nela, mas já estava feito.

Embora apreciasse a companhia de Mysaria, ele sabia que jamais poderia ter qualquer filho legítimo com ela, porém era divertido provocar as pessoas sobre isso. Entretanto, quando ele olhava nos olhos de Rhaenyra, ele sabia que ele não conseguia manter aquela mentira por muito mais tempo. Era como se os olhos dela alcançassem sua alma e ele sabia que ela era capaz disso mesmo, só ela seria capaz de captar o mais profundo de seu ser. Ele desmentiu a história sobre ter um filho no mesmo minuto.

Quando ela decidiu cortar aquele momento de intimidade, ela disparou na língua comum:

— Estou bem aqui, tio. O objeto da sua ira. A razão de você ser deserdado. Se você deseja ser restaurado como herdeiro você vai ter que me matar. Então faça isso.

Ele deu um passo em sua direção e encarou profundamente os olhos dela cheios de determinação mas que também continham medo. Ela tinha razão, mas ele nunca seria capaz de fazer isso. Ela e Viserys eram tudo o que ele tinha nessa vida e ele jamais faria qualquer coisa contra eles, e ele desejava que eles pudessem compreender isso sem que ele precisasse dizer em palavras - para ele era tão claro.

Entretanto, ali estava ela, tão perto e tão linda, irresistível. Era como se ele pudesse ver a empolgação através dos olhos dela (o êxtase de estar confrontando ele ali na frente de todos aqueles homens). Ele achava que naquele momento todos deviam estar temendo por ela, poucos teriam essa audácia de confrontá-lo, mas ela podia e era como se ela soubesse que ela tinha esse poder sobre ele. Ele estava preso em sua atmosfera e ficaria ali por minutos se ele não tivesse tão bom controle sobre esses seus sentimentos e agradecia mentalmente por eles estarem cercados por tantas pessoas, não saberia dizer se seu autocontrole seria o mesmo se ela tivesse vindo enfrentá-lo sozinha.

Ele apenas devolveu o ovo e deu as costas, sem olhar para trás, sabendo que não conseguiria sustentar aquilo por mais um minuto se quer.

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No castelo de Dragonstone ele se sentou sob a mesa com o mapa de Westeros, depois que Mysaria o confrontou sobre a história do casamento. Mas ele perdeu a paciência quando ela não o deixou com seus próprios pensamentos e o confrontou sobre algo a mais.

 Sabe, toda vez que vinha no bordel eu sempre sentia que você queria alguém de cabelo prateado por outros motivos...

 Outros motivos? — ele perguntou.

— O fato de você se sentir mais atraído por elas e o fato de você nem se importar em ter um herdeiro com a sua esposa... achei que você fosse mais um que prezava por linhagem valiriana, mas a verdade é que você... — ela interrompeu, ponderando sobre algo.

—Eu o que, Mysaria?

— Você quer ela.

Ele se levantou abruptamente e jogou um cálice de vinho (que estava esquecido ali na mesa há algum tempo) na parede.

Indecoroso | Daemyra - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora