Go, Go, Gone

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Behind Blue Eyes — Go Go Gone



Narrador — Point of View


Nova Orleans, Luisiana — 14 de junho, quarta-feira 2h01


Luke Hemmings encontrava-se sentado em seu escritório já faziam algumas horas. Ele estava com dor. Não aquelas físicas, mas sim emocionais, causadas por ferimentos antigos que os trincavam os ossos. Dessas que avisam que o frio chegou, mesmo antes que a pele possa perceber. O uísque não tinha o mesmo gosto de antes, havia se tornado tão amargo quanto um chá de boldo. Ele não conseguia pintar, desenhar ou qualquer coisa do tipo. E era tudo culpa dela

Ele estava determinado a dar um fim na vida de Michael Clifford. Depois de tantos anos, tantos planos, quando finalmente teve a chance, não o fez. Ao invés disso, o mandou sair da cidade. Não que ele não tenha garantido que o ruivo fosse extremamente ferido, ele sabia que sim. Muito. Mas Luke tinha todos os recursos para acabar com Michael e a única coisa que conseguia pensar era no quanto Annelisa ficaria arrasada com tal ato. O quanto ela o odiaria. Por que ele se importava tanto com isso ? Tais pensamentos estavam o matando. Estava dando tudo errado!

— Me diga que Michael Clifford não está morto. — o loiro suspirou, ouvindo a voz de Ashton ecoar pelo escritório de sua mansão. Ele encarou o irmão com um sorriso brincalhão no rosto, tentando recuperar a postura. Provavelmente Ashton já estava informado de todo o acontecimento na casa dos Clifford. — Diga-me que não fez isso!

— E se eu fiz ? — Ashton lhe acertou um forte tapa na bochecha esquerda, o que pareceu não fazer nem cócegas em Luke. Ele já estava acostumado.

— Vamos, Ashton! Desconte sua raiva em mim! Vamos!  — ele gritou, levantando-se de sua cadeira.

— Você volta para Nova Orleans, tira um bom dinheiro da empresa da famíl...

— Minha empresa, Ashton. Minha. — o loiro fez questão de reforçar.

— E eu preciso te lembrar de como você conseguiu isso ? — era possível ver a raiva nos olhos de Ashton Irwin. Mesmo ele sendo o mais pacífico dos irmãos, Luke conseguia o tirar do sério sem muito esforço. — A polícia baterá aqui na porta dentro de algumas horas e eu não vou limpar a sua merda desta vez, Luke! Eu juro que não vou!

— Assim você me ofende. — Luke riu. — Acha que eu sou tão burro assim ? Michael não vai abrir a boca. Na verdade, acho que ele não vai nem abrir os olhos por alguns dias. 

— Como pode ter tanta certeza disso ?

— Querendo ou não, ele é meu irmão. Eu simplesmente tenho certeza.


[...]


— Me desculpe! Me desculpe pelo amor de Deus. — Annelisa chorava desesperadamente, enquanto segurava os ombros de Michael, que cuspia sangue de cinco em cinco segundos. — Isso é tudo culpa minha.

Ela havia sido deixada por Luke, ainda inconsciente, na calçada da casa dos Clifford, um pouco depois de Michael ter sido torturado. Annelisa havia encontrado Michael amarrado em uma cadeira da cozinha, ensanguentado e quase morto. Seu rosto estava desfigurado.

— Não é cul... — o ruivo não conseguia formar uma simples frase devido à forte dor que percorria por todo seu corpo e ao sangue que saia de sua boca. — É minha.

— Temos que contar para a polícia, Michael. — a voz de Annelisa saiu como um sussurro, um segredo. Ela ainda não estava acreditando no que havia acontecido. Como ela pôde ser tão burra ? Como Luke pôde ser tão baixo ?

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