𝕻𝖆𝖗𝖆 𝕾𝖊𝖒𝖕𝖗𝖊 𝕵𝖚𝖓𝖙𝖔𝖘

Companhia

Em poucas horas quase tudo já estava no seu devido lugar e restavam apenas pequenas coisas que não se resolviam somente com magia. A magia é mesmo incrível, não é?

Se passaram dois dias que Laura estava desacordada. Seus ferimentos eram leves, mas a exaustão havia consumido todas as suas forças e enfraquecido o seu núcleo mágico. Todo o seu esforço em ajudar Snape e os outros feridos, foi basicamente no automático, ou algo como uma "bateria reserva", que nem mesmo ela sabia que seria capaz de suportar.

— Em nome de Merlin! — Ela abriu os olhos e sentiu eles arderem por conta da claridade.

— Onde eu estou? O que aconteceu? - Tentou olhar a sua volta, mas falhou miseravelmente por estar enxergando tudo embaçado.

— Você está na enfermaria, minha querida. - Respondeu Madame Pomfrey gentilmente e ajudando a moça a sentar-se na cama.           — Como se sente?

— Sinto-me bem, apesar das circunstâncias. - Sorriu fraco e piscou os olhos algumas vezes na tentativa de enxergar melhor. — Como estão Snape e os outros? — Perguntou já enxergando perfeitamente a enfermeira que já a encarava com um sorriso orgulhoso.

— Laura, você é brilhante ! — afirmou Pomfrey.

Laura a encarou extremamente curiosa. — Por que está dizendo isso?

— Porque aquele elixir é milagroso. Graças a você Severus está totalmente fora de perigo e alguns já até receberam alta. Nesses dois dias que você estava desacordada, todo o procedimento de desintoxicação foi um sucesso.Até mesmo o professor Slughorn que estava junto de você preparando as poções, não exitou em lhe render todo o crédito. O elixir, o bezoar misturado com outras poções, tudo... tudo foi um grande sucesso Laura. — sorriu orgulhosa e acariciou o ombro da moça.

Laura estava impressionada, porém, satisfeita que seus feitos deram certo. Afinal, seu maior desejo era que tudo desse certo e felizmente correu tudo como planejado.

— E-eu não sei o que dizer... — Enxugou os seus olhos marejados — Estou tão feliz...

— Estamos todos orgulhosos de você. — Madame Pomfrey abraçou a moça que desabou em lágrimas de alívio e alegria.

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Logo mais, Laura voltou para o seu quarto, tomou um longo banho e vestiu roupas limpas. Em seguida, decidiu ir até o salão principal, que não estava tão preenchido quanto antes, pois a grande maioria tinha voltado para casa. Comeu alguma coisa e caminhou até a ala hospitalar para visitar Snape. Chegando lá, percebeu que o local estava praticamente vazio, o que de fato era bom de se presenciar, mas logo avistou Snape e sentiu-se um tanto incomodada com a situação. Embora estivesse em coma, parecia tão solitário, não recebia visitas, a não ser de Minerva e dos enfermeiros. Aquilo comoveu Laura, que no mesmo instante dirigiu-se até o escritório da atual diretora.

— Diretora McGonagall? — Disse Laura tocando três vezes na grande e majestosa porta de madeira rústica que imediatamente se abriu para ela. — Entre! — Soou a voz da mulher em meio ao ranger da velha porta.

— Que prazer revê-la, Senhorita Hunter. A que devo a sua ilustre visita? — Disse Minerva observando a moça enquanto tentava organizar pilhas de papéis em cima da sua mesa.

Laura caminhou até próximo de Minerva — Obrigada por receber-me, diretora. Espero que eu não tenha vindo num momento inoportuno.

— Ora, é claro que não. Sente-se. — A bruxa acenou com a sua varinha e uma cadeira aproximou-se de Laura para que ela pudesse se sentar. — Em que posso ajudá-la?

— Bom, eu acabei de vir da enfermaria e devo dizer que fiquei muito feliz de estar praticamente vazia, o que quer dizer que muitos estão fora de perigo. Mas algo me intriga. — Laura parecia realmente preocupada e Minerva um tanto curiosa.

— E o que seria a causa daquilo que lhe deixa tão intrigada, senhorita? — Perguntou Minerva já totalmente desfocada de tudo.

— Por que o professor Snape está tão...sozinho? Ele não tem ninguém? — Laura perguntou sem muitos rodeios e Minerva foi pega de surpresa.

Ela respirou fundo,colocou as suas mãos com os seus dedos entrelaçados acima da mesa e olhou nos olhos de Laura para que pudesse ser bastante precisa e objetiva para com as suas palavras.

— Minha querida, acredito que já tenha ouvido falar bastante do professor Snape durante esses últimos dias, mas eu ouso dizer-lhe, que tudo que ouviu não é nem a metade de quem ele é. — Concluiu Minerva com os olhos concentrados na menina.

— E eu...posso saber mais sobre ele? — indagou Laura muito mais curiosa do que estaria no início do assunto.

Mesmo relutante, a diretora respirou fundo e decidiu continuar.
— Bom, de fato o que você viu é verdade, ele não tem ninguém próximo, a não ser nós aqui em Hogwarts. Não sabemos da existência de familiares ou próximos, e aparentemente ele não faz a mínima questão disso. Ele sempre foi muito sozinho, e quando decidiu se aproximar de alguém, infelizmente não fez a melhor das escolhas. — Minerva massageou as têmporas. — Severus é um oceano profundo de mistérios. Sabemos pouquíssimo sobre ele e é sempre extremamente cauteloso com tudo que envolve a si próprio. Talvez seja um mecanismo de defesa, ou seja qual for o motivo. Nunca ninguém foi capaz de decifra-lo.

Laura ouviu atentamente as palavras de Minerva e pensava em muitas coisas durante a conversa, até que lhe surgiu uma ideia.
— Bom, tendo em vista que todos, principalmente a senhora, estão tão ocupados com a reconstrução de Hogwarts e tudo mais. Será que, eu poderia ajudar mais ele? Sabe, fazer companhia, encontrar e manifestar maneiras de acelerar o processo de cura dele e o que mais estiver ao meu alcance. Estou com bastante tempo livre e gostaria de ajudá-lo um pouco mais. — Laura estava realmente disposta a ajudá-lo e esperava que pudesse fazer isso.

Após pensar um pouco, Minerva tomou uma decisão.
— Eu estou bastante ocupada com tudo e realmente não me sobra muito tempo para visitá-lo. Desde que esteja tudo bem por você, não vejo problema algum em você ajudar o Professor Snape. Confio no seu potencial e sei que poderá ser melhor para ele. Aconselho que vá até os aposentos dele, lá poderá,talvez encontrar algo que ajude.

Ela sorriu e levantou-se. — Obrigada, Diretora! Eu fico lisonjeada em poder ajudar e também, não concordo com o fato de ele ficar sozinho num momento tão delicado. Pode contar comigo. — Logo se despedem uma da outra e Laura sai pelos corredores pensando em diversas coisas que poderia fazer.