Capítulo 08

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01 de Maio de 2022

Calmaria. Uma completa calmaria é a descrição perfeita para essa semana.

A polícia ainda não entrou em contato, o que não ajuda muito com nosso nervosismo, mas não podemos fazer nada.

Corto o caule da flor em minha mão e a coloco na cesta ao meu lado. Levanto e coloco a tesoura na pequena mesa de madeira antiga ao meu lado.

-Bom dia senhorita D'lant- sinto braços em volta de minha cintura- Só está faltando o vestido longo e os óculos para ser a réplica da sua mãe

Ele ri me virando para ficar de frente para o mesmo, olho para seus olhos..eles já me chamaram tanto a atenção quando eu era mais novo que hoje, parece que são a coisa que eu mais desejo manter na memória.

-Sabia que se eu estivesse com a tesoura, você poderia estar indo para o hospital nesse exato momento?

-Você não seria capaz- ele ri e aperta minha bochecha enquanto se afasta

-A questão aqui não: eu não seria capaz, por que eu seria!- sorrio, colocando a cesta ao lado da tesoura- a verdadeira questão é: Você sabe o que acontece quando eu me assusto?

-Não- ele ri e coloca as mãos no joelho, como se estivesse debochando da minha altura- O que acontece?

-EU- sorriu para o mesmo e me aproximo- Jogo a primeira coisa que vejo- dou um passo para trás e pego a tesoura- E nesse caso, essa coisinha aqui seria ela..

-Marina!

-Antone!-Alexa chama

-O que foi?- Antone pergunta

-Ham.. Só venham

-Já estamos indo- o mesmo fala para a loira- Vamos?- me pergunta

-Hurum- pego a cesta e seguimos para a porta da minha casa

-Eles já estão vindo- Alexa fala da sala

-Bom dia- Um homem alto e grisalho fala

-Bom dia- Antone o responde

-O que está havendo?- James questiona

-Eu vim em nome da delegacia local- o senhor da um passo em frete- Precisamos que os quatro compareçam na delegacia para dar depoimento- ele tose como se falar as próximas palavras fosse difíceis para ele- Sobre o caso de desaparecimento do jovem Ethan Bevan

Chegou a hora. Eu sabia que em algum momento isso seria necessário mas..é como se eu estivesse revivendo tudo..cada detalhe da quele dia. A paz que a manhã trouxe, o cheiro de flores e cookies, o barulho baixo da televisão e nos quatro reunido na quela sala.

07 de Maio de 2000

O barulho das sirenes, as luzes azuis e vermelhas, o barulho das pessoas falando, o cheiro...o gosto ácido em minha língua. Tudo faz simplesmente desligar, é como se o tempo ficasse mais devagar, como se sentir aquela sensação de algo escorrendo por minha pele fosse algo tipo de tortura maníaca. Todos nós estávamos alí, banhados em um líquido vermelho, ouvindo os murmúrio e gritos do grupo de pessoas que olhavam para a floresta e para nós. Não sabíamos como isso havia acontecido.

Alguns policiais se aproximam e um deles nos estende pequenas toalha.

-Para limpar o rosto- ele fala- Preciso que vocês venham a delegacia para prestar depoimento, não precisa ser agora mas vocês têm que entregar as roupas para a perícia- o homem fala com uma voz delicada, quase como se estivesse com medo de nós machucar caso seu o tom de voz mudasse.

Um dos policiais me guiou até um dos carro com sirene ligada. O mesmo colocou uma toalha no banco do carro e me pediu que eu entrasse.

Silêncio, estavam um completo silêncio da viatura, o homem ao meu lado era um conhecido, senhor Graynah, ele morava no fim da minha rua, e passava toda manhã às sete em ponto na frete da minha casa durante sua corrida matinal e sempre leva uma flor do nosso jardim para sua esposa.

Um Assassinato Esquecido  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora