She's not a bad kid

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O sangue espalhado pelo chão a enlouqueceu...

De quem era o sangue? De seu amor ou de seu pai?

Ela recobrou os pensamentos por míseros segundos, antes de se sentir presa na sua própria mente, de novo. Apenas tinha acesso a sua visão e ao seu subconsciente, agia sozinha.

-Gosta disso?- uma voz aveludada feminina ecoou em seu cérebro, por mais que ela parecesse sair de sua própria boca.

"O que você fez?!", perguntou, tentando retomar seus sentidos.

Seu corpo parou por um momento, como se, quem quer que estivesse controlando, pensasse antes de responder. Se moveu até o corpo estirado, se agachando e analisando o pulso. Uma risada, então, foi escutada.

-Engraçado... Não queria matar ele...- a mulher riu -Garota... você é intrigante.

Yana pensou no que perguntar primeiro... Havia muitas coisas que não entendia. Por que sua voz não saia de seu corpo, e sim outra? Por que não tinha controle de si mesma? A pessoa realmente não queria matar Benjamim? E o mais importante... Quem estava controlando ela?

-Sabe que eu sei o que pensa, né, criança?

"Quem... Quem é você?", decidiu ser melhor começar pelo óbvio.

A mulher não respondeu, apenas andou até o rio próximo ao celeiro e se aproximou, revelando seu reflexo na água.

Ela era estranha. Pele escura, talvez um tom de cinza que Yana não conseguia decifrar, olhos brancos, com apenas as pupilas coloridas em um azul bem escuro, e os cabelos brancos e cheios, um ondulado armado.

Por mais que bonita, a aparência dela era totalmente diferente de tudo que Yana já viu na vida dela. Era assustador ter esse reflexo vindo de seu corpo.

"Você é uma espécie de demônio?"

A mulher deu uma breve risada antes de responder.

-Ah não, não. Eles não são tão poderosos quanto eu.- ela se sentou a beira do rio e olhou fixamente a água, para a garota, dentro de sua mente, conseguir vê-la falar -Na verdade, o que eu sou é meio ambíguo, então vamos falar sobre o que você é, e eu sinceramente não me importo se você está pronta para receber a informação ou não.

Após uma breve pausa, retornou a falar.

-Explicando de forma rápida, você é um receptáculo. Você existe para ser minha "prisão".

"Você foi presa, por quê?"

-Bom, Gaya não gostava muito de mim desde que eu acabei com o romance dela... mas isso foi há milênios atrás.- ela ri -De qualquer forma, eu fui exilada aqui na terra por culpa dela. Sua mãe teve contato comigo em uma viagem, me deixando presa em seu subconsciente. Então, ela teve você e por azar do destino, eu passei para você.

Em uma viagem? Yana sabia que sua mãe viajava muito por ser um grande espírito aventureiro, mas o que isso tinha a ver com essa mulher?

-Ah, já ia me esquecendo.- a mulher se levantou -Me desculpe por isso, Yana. É pelo seu bem.

Antes que pudesse perguntar, Yana se sentiu estranha, mesmo não tendo essa capacidade onde estava. Nem sua visão controlava mais, se sentia cada vez mais em seu subconsciente. Via seus pensamentos rodarem ao seu redor, mas serem automaticamente substituídos por pensamentos de morte e chacina.

Não era mais ela mesma, estava presa em algum lugar dentro de seu subconsciente.

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