1 - delirios

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𝐇𝐀𝐕𝐈𝐀 𝐓𝐑𝐄̂𝐒 𝐂𝐎𝐈𝐒𝐀𝐒 que o moreno odiava, calor, gritaria, e músicas bregas, especificamente os bregas funks que Pernambuco fazia à menção de apresentar para todos os amigos do grupo, e principalmente para a peste do Rio que não calava a boca à meia hora sobre como o Flamengo era o melhor time do futebol Brasileiro.

Sinceramente, estar nesse carro era a mesma coisa de pedir para o internarem no hospício mais perto dali com uma camisa de força que fosse resistente, pois se por algum acaso fosse fugir, Rio de Janeiro já podia se declarar um homem morto.

Duas horas atrás

— 'Mermão, tu tem que parar de ser tão depressivo. - disse o bronzeado enquanto tentava convencer o emo à passar uma semana em uma casa que sergipe alegava ser perfeita para umas férias na praia.

— Depressiva ficou foi tua mãe depois que te pariu, seu merda. - disse, apertando em seguida a garrafa do café diversas vezes escutando apenas um barulho e nada da porra do café, apenas a risada cômica de Rio rindo da cara do outro que tentava ao máximo se conter, logo em seguida praticamente jogando a xícara branca na pia de forma bruta tardando em procurar um cigarro em seu bolso suspirando em frustração ao ver que havia deixado em sua gaveta em seu escritório, sabendo que daqui que ele conseguisse sair da cozinha sem cometer um assassinato provavelmente seria pisoteado pela "festa" que os outros estados faziam por conta desse feriadão.

— Qual é 'pow, é tudo um sinal pra tu ir - disse o carioca se aproximando mais do paulista, observando o menor esconder o rosto com uma das mãos apoiadas na cintura enquanto murmurrava algo incompreensível, sem perceber o movimento do moreno pegando a xícara em mãos. — Tá dizendo aqui ó. - tocou o ombro do mesmo. — Sampa devia parar de ser cuzão e ir pra viagem. - falou como se fosse um sábio arrancando uma risada de falso humor do outro que encarava a cena com desdém.

— Tu é muito pau no cu né? - perguntou cerrando os olhos tentando pegar a xícara novamente da mão do outro que apenas tinha um sorriso cinico no rosto enquanto subia a mão fazendo o paulista se apoiar em si.

— Te dou se pedir com jeitinho... - disse rindo vendo o outro bufar dando um soco em seu estômago fazendo ele grunir de dor colocando a xícara apoiada no balcão. — Bixo fala sério, vou parar de ser legal contigo, namoral.

— E desde quando você é legal comigo, Rio? - pergunto pausadamente vendo o mesmo subir o olhar me encarando por fim dando um riso cinico.

— Desde sempre, né boneca? - riu, deixando um leve aperto na cintura alheia fazendo o mesmo se assustar para trás enquanto colocava a xícara na pia novamente vendo o outro parar na porta da cozinha.

— Te vejo lá. - disse mandando um beijinho no ar para o outro que virou de costas no exato momento ligando a torneira.

— Meu cu que eu vou pra essa porra.

E foi.

Agora

— E é por isso que eu digo que o flamengo é o melhor time do Brasil. - disse o bronzeado finalmente encostando as costas na cadeira cruzando as pernas despreocupado enquanto escutava um 'tsc' de Pernambuco no volante apertando a buzina depois.

— Bixo que 'fuleragem é essa doido - murmurra abrindo a janela buzinando ainda mais fazendo Bahia dar um tapa em sua nuca.

— Para de danação e te aquieta que nois já vai sair. - disse se referindo ao engarrafamento amarrando as tranças com um elastico preto enquanto suspirando enquanto tentava ver o final da fila de carros à frente que apenas buzinavam mais e mais. — 'Arrudeia por ali. - disse a morena em um grito assustando todos do carro apontando para uma estradinha de terra um pouco a frente de onde estavamos. Pernambuco, como o bom cachorrinho que era apenas olhou para a mesma sorrindo balançando a cabeça logo apontando para os demais carros que levavam os outros estados para segui-lo, e assim entramos na estrada de barro de procedência duvidosa. Eu até pensei em dar outra sugestão, mas ninguém é doido de duvidar da Bahia.

𝐃𝐄𝐋𝐈𝐑𝐈𝐎𝐒 - pauneiroOnde histórias criam vida. Descubra agora