45 - a volta de Elliot

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Elias

Estranhamente, já faziam quase uma semana que os rumores sobre ataques de feras mágicas no sul de Loockwood haviam parado. Mas nada diminuía a preocupação do meu pai e seus homens, nem tampouco a minha.

Desde a minha conversa com o Elliot na transmissão que o sacerdote fez, eu estive mais tranquilo a respeito da sua missão. E com isso, eu me dediquei fervorosamente a recuperação da minha mãe. Que graças aos bons médicos, remédios e cuidados, ela já está bem melhor.

Mas poderia melhorar por completo se o motivo da sua enfermidade já estivesse aqui.

O sol já estava se pondo em Gusmant, e em poucos horas o céu estaria escuro e enfeitados de estrelas. Anunciando o fim de mais um dia de espera e aflição em Loockwood e em todo o Novo Mundo.

Eu ainda não tinha notícias do meu irmão e sua equipe, e todas as vezes que o capitão adentrava no Palácio eu esperava com toda a esperança que fosse notícias sobre o Elliot. Mas nunca era.

Eu estava sentado na escadaria do Salão Principal enquanto relembrava vividamente a fatídica noite onde tudo aconteceu, mudando as nossas vidas por completo. Quando o capitão adentrou no Palácio a procura do meu pai.

Confesso que não estava esperançoso, pois a minha fé diminuía um pouco a cada dia de frustração e decepção. Mas assim que o meu pai atendeu o capitão sem formalidades no Salão Principal, notei uma estranha euforia vinda do meu pai e sentir a esperança ascender mais uma faísca em meu coração já gelado.

Desci rapidamente as escadas para me juntar a conversa do meu pai e o capitão, atraindo a atenção de ambos com a minha repentina aproximação.

— O que aconteceu, capitão?

— Filho, o seu irmão voltou!

Meu pai disse com uma felicidade nítida, me deixando internamente empolgado.

— E onde ele está, pai?!

Perguntei eufórico, mas o meu pai simplesmente encarou o capitão como se também esperasse por essa resposta.

Em seguida, o capitão sinalizou para os seus homens e logo o Elliot adentrou no Salão Principal.

— Meu filho!

Meu pai correu em direção ao meu irmão que estava desgrenhado, machucado e sujo de sangue e cinzas. Ele o abraçou ignorando o estado crítico do Elliot, e logo o meu irmão fez o mesmo ao abraçar o meu pai.

Tive paciência o suficiente para esperar que o meu pai soltasse o meu irmão do seu demorado abraço, afim de me permitir que eu o abraçasse também.

Está com o Elliot em meu abraço enquanto o sentia de verdade, era reconfortante e aliviador. Era tudo pelo o que eu mais esperei nesses últimos e angustiantes meses sem saber se eu o veria novamente.

Sentir o medo e o alívio me envolver enquanto segurava as lágrimas que insistiam em cair do meus olhos.

— Elliot! Meu filho!

Fomos interrompidos pela voz chorosa da minha mãe que corria em direção do meu irmão para o abraçá-lo. A minha mãe chorava e o beijava apesar das condições precárias do meu irmão, ignorando a sujeira que o mesmo se encontrava.

Quando a minha mãe finalmente o soltou do seu abraço, o Salão Principal já estava lotado pelos guardas e séquito do meu pai. Além de criadas e criados do Palácio e claro, o sacerdote.

— O que esses malditos fizeram com você, meu filho?!

O meu pai perguntou irado atraindo a nossa atenção, e então o Elliot me encarou com aflição embora eu notasse que ele estava firme por fora.

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