capítulo três

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— Eu não consigo.

Mark estava na porta do apartamento que dividia com o seu marido, ao lado de First e Khaotung. Ele se sentia beirando ao pânico, com seu coração batendo tão forte no peito, que ele o escutava em seu ouvido. Ele enrolou as mãos em punhos, sentindo o quanto a palma delas estava suada de nervosismo.

— Você consegue sim, Mark. — Khao falou, colocando a mão em seu ombro como forma de conforto. — Você é forte e corajoso.

— Estou com medo. — sussurrou, ainda encarando a madeira da porta.

— Isso é normal. — First respondeu, se aproximando um pouco mais. — É normal estar com medo. Vocês estão juntos há sete anos.

Kanaphan tocou a bochecha do amigo, o fazendo virar o rosto até seus olhares se conectarem, então deslizou os dedos na pele em um carinho suave.

— Você sabe que é o certo a se fazer, Mark. Você precisa acabar com isso rápido, como arrancar um band-aid. Depois que passar a parte difícil, você verá que foi a melhor decisão.

Pakin acenou com a cabeça, sem conseguir formar palavras para respondê-lo. Então se se virou novamente para a madeira, respirando fundo antes de segurar a maçaneta e abrir a porta.

— Estaremos aqui, se precisar é só nos chamar. — Khao falou, indo segurar a mão do marido.

Mark não respondeu e entrou no apartamento, fechando a porta logo em seguida.

Quando ele olhou em volta, não achou ninguém, então caminhou em passos lentos e receosos até a cozinha. Nada. Logo ele foi até o banheiro, não encontrando Papang lá também. Pelo horário, era para ele estar em casa já faz um tempo, mas como muitas vezes ele chegava tarde em casa, talvez nesse dia estivesse “fazendo horas extras” novamente.

Mark soltou um longo suspiro, seu coração acelerado, e ele sentia o suor frio molhando sua pele, deslizando pela curva da sua coluna. Estava tão nervoso de enfrentar aquela situação. Ele sabia que vinha adiando aquele momento há muito tempo, mas era hora de dar um fim.

Quando criou coragem o suficiente, ele caminhou até o quarto deles, sabendo que ali era o último lugar em que ele poderia estar. Parte sua queria que ele não estivesse em casa ainda, para evitar o confronto, mas a outra parte só queria acabar com tudo aquilo de uma só vez.
Assim que ele adentrou o cômodo, seus olhos inspecionaram o local, não encontrando seu marido. Antes que ele pudesse soltar um suspiro aliviado, sentiu um corpo grande encostar nas suas costas e braços circularem a sua cintura, para logo em seguida sentir um beijo na curva entre o pescoço e o seu ombro.

— Você demorou.

Mark não sabia o que responder, paralisado em choque, até que conseguiu formar uma frase.

— Estava com o First e o Khaotung.

— Hum, entendi. — falou, mordendo levemente a pele embaixo da sua orelha. — Senti saudade.

Papang não sentia sua falta nunca. Ele não perguntava aonde Mark estava ou quem estava, como se verdadeiramente não ligasse. Nunca havia ciúmes ou algo que mostrasse que ele se importava. Bom, apenas quando ele queria foder. Sempre que ele queria sexo, Papang era mais verbal, dizendo coisas como aquilo que tinha acabado de falar. E Mark sabia que Papang só dizia isso para que ele cedesse, e sem brigas, o deixasse tomá-lo outra vez.

Pakin teve a sua confirmação assim que sue marido segurou seu quadril e puxou sua bunda de encontro à sua ereção, beijando seu pescoço no processo. Ele percebeu que não sentia nada, não era como antes em que um simples toque dele, Mark se derretia e ficava totalmente maleável em seus braços. Naquele momento, tudo que ele queria fazer era se afastar e sair correndo dali.

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