Mark acordou com a luz do sol em seu rosto, a claridade escapando por uma fresta na cortina. Ele piscou os olhos algumas vezes, tentando se localizar. A sua visão se adaptou ao lugar, o fazendo lembrar que estava no quarto do seu instrutor da academia. Assim como toda a casa, haviam pôsteres e quadros de banda espalhados por todas as paredes. Uma guitarra no canto.
Ele sorriu ao sentir o corpo quente pressionado em suas costas, o braço jogado sobre sua cintura e a respiração pesada em seu pescoço. A sensação de dormir de conchinha com Neo havia sido algo que beirava ao paraíso.
Na noite anterior, após se confessarem, Neo havia insistido em passar a pomada em suas costas machucadas. Ele havia ficado possesso enquanto observava as manchas roxas em toda as suas costas, amaldiçoando toda a existência de Papang. Então ele distribuiu beijos carinhosos pela extensão das suas costas, dizendo que era isso que Mark merecia, beijos, não agressão. Podia parecer algo clichê, mas fez seu coração bater mais rápido e um sentimento quente se apossar do seu corpo. Ele se deixou chorar mais uma vez, com lágrimas silenciosas escorrendo pelo seu rosto, enquanto se permitia ser cuidado. Cada toque de Neo, foi como uma carinho delicado passando por sua pele.
Logo após isso, eles haviam preparado o jantar juntos, se divertindo e cantando músicas aleatórias que Neo havia pedido para Alexia tocar. Foi divertido e fez Mark esquecer do seu ex. E quando eles se deitaram na cama, Neo o abraçando por trás com tanto carinho, ele ainda não se lembrava que Papang existia. Nada importava, apenas a sensação daquele corpo quente colado no seu. Ele adormeceu e seu sono foi tranquilo, como não era a muito tempo.
— Bom dia. — a voz rouca do mais novo ressou em ouvido.
Ele plantou um beijo em seu pescoço, o abraçando mais forte.
— Bom dia. — respondeu, fechando seus olhos e aproveitando o sentimento bom em seu coração.
— Dormiu bem?
— Melhor do que em anos.
Neo sorriu, segurando a cintura do outro e o virando, para que ambos ficassem de frente um pro outro. Mark levou uma de suas mãos até o pescoço do maior e também sorriu.
— Fico feliz que tenha gostado de dormir abraçadinho comigo, porque eu gostei.
Mark encarou o rosto sorridente de Neo e acariciou seu pescoço com carinho. Os seus dedos subiram pela pele dele, deslizando até sua bochecha, onde os passou com delicadeza e adoração.
— Você é tão bonito. — falou, sem conseguir se controlar. — Tao lindo.
As bochechas do mais novo ficaram vermelhas. Ele não costumava ser tímido com elogios, mas vindo de Mark, o sentimento era diferente.
— Olha quem fala. O homem mais lindo que eu já vi na vida.
— Não diz isso. — empurrou o outro pelo peito desnudo. — Você sabe que tenho vergonha.
— Eu paro se você me der um beijo. — fez um biquinho exagerado, se aproximando.
Mark riu e colocou a palma de uma das mãos no rosto do instrutor, o empurrando para trás sem muita força.
— Sai. Eu acordei agora, meu hálito deve ser de gambá morto.
Neo estava com um sorriso grande, ele levou uma das mãos até a cintura do menor, o puxando e colando seus corpos o máximo possível. Os seus rostos próximos.
— Eu não ligo. Além do mais, não estou sentindo bafo fedido nenhum.
Ele se aproximou mais, deixando um selinho na bochecha corada do mais velho.

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TRAITOR
FanfictionMark Pakin havia se casado muito cedo, pois estava apaixonado por Papang, um homem mais velho e muito diferente de si. O problema foi que, conforme se passaram os anos, o casamento esfriou e caiu numa rotina insuportavelmente monótona. Sem coragem d...