Capítulo 6: Passos na Escuridão

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Os corredores da mansão eram envoltos em um silêncio quase palpável, quebrado apenas pelos passos incertos dos quatro amigos. Cada som ecoava como um eco sombrio do mistério que envolvia o lugar.

De repente, um som rompe a quietude. Um click distinto de salto alto, ecoando nos corredores. O grupo se vira, os olhares se cruzando em um misto de surpresa e inquietação. Os passos se aproximam, tornando-se mais audíveis a cada segundo.

Então, emergindo da escuridão, aparece Clara. Seu rosto está pálido, os olhos dilatados e cheios de horror. Ela segura uma lanterna, cuja luz projeta uma sombra sinistra sobre o chão de mármore.

— Encontrei a Carla — diz ela, sua voz trêmula.

Os quatro amigos sentem um arrepio percorrer suas espinhas. O silêncio que se segue é quase ensurdecedor. Clara parece transbordar de uma mistura de terror e pesar.

Lucas é o primeiro a quebrar o silêncio, sua voz embargada.

— Onde está ela? Precisamos encontrá-la, trazê-la de volta — diz ele, a urgência em suas palavras evidente.

Clara engole em seco, a expressão em seu rosto revelando a terrível verdade.

— Não podemos fazer isso. Ela está... ela está morta — diz ela, mal conseguindo pronunciar as palavras.

O impacto da revelação atinge o grupo como um soco no estômago. O horror e a tristeza se misturam em seus olhares perplexos. Carla, a amiga que estavam tão determinados a encontrar, agora estava perdida para sempre.

Sofia, Rodrigo e André trocam olhares de descrença, incapazes de processar completamente o que acabaram de ouvir.

— Como isso pode ter acontecido? — murmura Sofia, sua voz vacilante.

O coração do grupo está pesado, e a mansão parece se fechar ao redor deles, como se estivessem presos em um pesadelo interminável.

Clara olha para o grupo, seus olhos cheios de pesar e culpa.

— Precisamos encontrar uma saída daqui. Não podemos ficar mais tempo nesta mansão — diz ela, sua voz firme apesar do terror que a envolve.

E assim, em meio à escuridão e à tristeza, o grupo se une em um objetivo: escapar da mansão e descobrir a verdade sobre o que realmente aconteceu com Carla.

A lanterna de Clara ilumina o caminho pelo corredor sombrio, guiando o grupo até o local onde o corpo de Carla repousa. O ar fica mais denso à medida que se aproximam, e a tensão é quase palpável.

Ao chegarem, o cenário é devastador. O corpo de Carla está caído no chão, cercado por uma poça de sangue que se espalha pelo mármore branco, como se a própria mansão estivesse chorando sua perda. O choque e a tristeza tomam conta do grupo ao encarar a cena.

Sofia cobre a boca em uma tentativa de conter o soluço que ameaça escapar. O horror diante da brutalidade da morte de Carla é avassalador.

Rodrigo se aproxima com uma expressão sombria, seus olhos fixos no corpo de sua amiga. Ele parece incapaz de acreditar no que vê.

— Isso é... terrível. Como isso pôde acontecer? — murmura ele, sua voz vacilante.

André fica paralisado por um momento, a realidade da situação pesando sobre seus ombros. Ele fecha os olhos por um instante, como se tentasse bloquear a imagem diante dele.

Lucas é o primeiro a quebrar o silêncio, sua voz embargada pela tristeza.

— Precisamos chamar a polícia. Eles precisam investigar o que aconteceu aqui — diz ele, a urgência em suas palavras evidente.

Clara concorda com um aceno de cabeça, seu olhar ainda fixo no corpo de Carla. Ela parece perdida em seus próprios pensamentos, a culpa e o pesar marcando sua expressão.

Juntos, eles se afastam da cena, em busca de um telefone ou meio de comunicação para chamar as autoridades. Cada passo é uma lembrança dolorosa de que estão presos naquela mansão, cercados por mistério e morte.

O coração de André acelera ao se deparar com as palavras escritas na parede. Seus olhos percorrem cada letra, e um arrepio percorre sua espinha. A mensagem é clara e ameaçadora, ecoando nas sombras da mansão.

Ele se vira para os outros, a urgência em seu olhar refletindo a gravidade da situação.

— Olhem isso. Alguém escreveu isso na parede. "Vocês vão pagar pelo o que fizeram" — diz ele, sua voz carregada de preocupação.

Sofia, Rodrigo, Lucas e Clara se aproximam, observando a mensagem com olhares tensos. O silêncio que se segue é denso, como se as palavras escritas tivessem preenchido o ambiente com uma energia sombria.

— Quem teria feito isso? E por que? — murmura Lucas, seu rosto pálido de choque.

A pergunta paira no ar, sem resposta imediata. A incerteza e o medo se entrelaçam, criando uma atmosfera opressiva.

Clara olha para a mensagem, seu rosto revelando uma mistura de emoções. Ela parece ter uma suspeita, mas mantém seus pensamentos guardados por enquanto.

— Precisamos encontrar uma maneira de sair daqui. Isso está ficando cada vez mais perigoso — diz ela, sua voz carregada de determinação.

O grupo concorda com um aceno de cabeça, a urgência da situação os impelindo a encontrar uma saída. A mansão, uma vez um local de reunião nostálgica, agora se transformou em um cenário de pesadelo.

O grupo corre em direção aos carros, esperançosos de encontrar uma maneira de escapar da mansão e da escuridão opressiva que a envolve. No entanto, a cena que se desenrola diante deles é um golpe devastador. Cada carro está em estado lastimável, com pneus furados e motores arrancados.

O choque toma conta deles. Não há como usar os carros para sair dali. A sensação de estar encurralados se intensifica, e a ansiedade se transforma em desespero.

— O que... o que aconteceu com os carros? — murmura Sofia, sua voz trêmula.

Rodrigo inspeciona os danos, seu rosto se contorcendo em frustração.

— Alguém fez isso de propósito. Estamos presos aqui — diz ele, sua voz carregada de indignação.

O pânico começa a tomar conta do grupo. Eles se sentem como ratos encurralados em um labirinto sinistro.

De repente, um som ecoa na mansão, um arrastar de passos que ressoa nas paredes. O grupo se vira em direção ao som, os olhos arregalados de apreensão.

E então, num piscar de olhos, tudo se apaga. A escuridão os engole, deixando-os em um silêncio profundo e assustador.

O coração deles bate descompassado, as respirações entrecortadas pelo medo. A sensação de não saber o que está acontecendo é sufocante.

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