Prólogo

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Passados três meses, a dor parece que não vai embora

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Passados três meses, a dor parece que não vai embora. Nunca imaginei que me sentiria como se ainda fosse humano, com os meus sentimentos tão intensos que mal consigo lidar comigo mesmo.

Talvez seja pelo meu poder de sentir o que o Jacob sente, mas não sei, está tudo tão confuso agora.

Analia se foi e eu nem a disse que éramos parentes, ela se foi há três meses e tanto eu quanto os outros estamos tentando viver de alguma forma com essa dor que mora dentro de nós. 

Para eles, não é tão estranho, pois Ana era a alma gêmea deles, mas para mim?

Éramos parentes de sangue bem distantes, mas sinto como se uma parte de mim tivesse ido embora para sempre. 

O pior é que eu posso perceber e sentir a tristeza nos olhos dos outros.

Somos ocos por dentro, não me lembro de onde ouvi isso, mas como sentir a falta de alguém como se ainda tivesse um coração?

Como sentir um vazio e uma dor no peito sem ter nada para doer?

Talvez Ana estivesse certa quando disse que eu ainda tinha um coração. 

É estranho pensar assim, mas talvez ela tivesse razão. 

— Jasper. 

Alice me chama e eu a olho, ela se aproxima de mim e se senta ao meu lado no sofá. 

— Faz alguns dias que você não se alimenta, precisa de sangue e sabe bem disso. 

— Não quero nada, eu estou bem.

— Você não está bem Jasper. 

Alice passa a mão em meu rosto e dizendo da forma mais carinhosa e leve possível que Ana se foi.

Nesses últimos dias ela tem sido tão compreensiva comigo, não só ela, mas a família inteira. 

— Ninguém aqui está bem, olhe para você, como pode dizer que está bem quando a verdade é que não está? 

— Porque parece que tem um buraco dentro de mim e que ele está cada vez mais e mais grande e não devia ser assim Alice. 

Me levanto e a olho juro que se ainda pudesse eu estaria agora chorando. 

— Não devia ser assim, eu não devia me sentir dessa forma, parece que vou ser devorado a qualquer momento e isso é como se eu estivesse morrendo pela segunda vez.

— Jasper. 

Meu pai me chama e eu o olho com uma bolsa de sangue — animal. 

— Trouxemos isso aqui para você e eu não quero desculpas. 

— Eu já disse a Alice que não estou com fome. 

— Deixa de ser rabugento cabelinho...

— Cabelinho? 

Uma Vida Contada Em Páginas Concluída (Série: Caçadores E Deuses) LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora