𝟏, William Shakespeare.

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"Um fogo devora um outro fogo. Uma dor de angústia cura-se com outra."
William Shakespeare.

"William Shakespeare

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14 anos atrás.
───CAPÍTULO UM───

Respirei profundamente ao inalar o odor forte do líquido de carmesim, ele estava se infiltrando entre as gretas do piso branco. O sangue quente escorria pela minha mão, meu coração martelando dentro do meu peito e minha respiração irregulada sendo a única coisa audível naquela madrugada.

Aquele homem, ele se esforçava o suficiente para tentar chegar até mim, se rastejando ao chão e pondo sua destra ensanguentada em meu tênis branco.

Queria poder o chutar para longe, porém sentia-me paralisado pela adrenalina recente tomando posse de meus vasos sanguíneos. Eu havia finalmente conseguido, eu realmente havia.

── Por favor, me salve... ── o acastanhado suplicou com um murmúrio.

Meus olhos arderam gradualmente e senti minha face tremer, um sorriso presunçoso foi surgindo, demasiadamente lento, em meus lábios.

── Não, você nunca me salvou, como pode implorar pela minha salvação? ── encarei seu corpo caído, imediatamente afastei meus pés dele.

── Você sabe tão bem quanto eu que eu não poderia, eu não tinha coragem de ir contra ele. ── continuou dizendo, todavia eu não queria escutar aquelas palavras. ── Eu fui um santo, você sabe. ── ri sarcasticamente após a sua fala, esse homem era cheio de confiança.

── Não, não, Maksim... ── neguei, levemente, com a cabeça incontáveis vezes. ── Não há santos aqui. ── meu tom de voz ressoou sombrio e calmo.

O sangue passando a manchar o tecido caro de sua blusa social, eu estava atônito com os pés grudados no chão e me negando a deixar uma lágrima sequer rolar pela minha bochecha. Aquele homem sempre pensou que estaria acima de qualquer pessoa, principalmente dos mais fracos. Ele realmente pensou que poderia ficar acima de mim por tanto tempo, eu sempre soube que o amor do mundo iria se esfriar, todavia nunca pensei que seria tão rápido assim.

Agora o amor estava se esfriando dentro do meu peito, que viveu aquecido por tanto tempo.

Minhas mãos estavam sujas pelo sangue daquele que contribuiu em muita coisa na minha vida, nenhuma delas foram positivas. Não foi apenas ele quem tornou a minha vida miserável, porém naquela noite ele era o último. Também sei que depois dessa merda toda eu iria sair do controle, descontar minha fúria em outras pessoas, semelhante como uma fera. Mas não, não foi minha culpa, foi eles quem me transformaram em uma.

𝗦𝗖𝗛𝗔𝗗𝗘𝗡𝗙𝗥𝗘𝗨𝗗𝗘Onde histórias criam vida. Descubra agora