01- Eu posso!

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Fazia um ano que Paulo havia se mudado de São Paulo para o Rio de Janeiro a procura de realizar o seu sonho de publicar artigos que fossem mudar a vida das pessoas, ele havia terminado a faculdade e tinha conseguido um emprego bom em outro Estado e com isso, viu a oportunidade batendo na porta, e ele não podia deixar ela passar e assim, foi atrás de resolver as coisas para a mudança e foi. 

Após alguns meses, percebeu que as coisas não eram bem como ele tinha imaginado. Ele trabalhava em uma revista que o foco maior era em mulheres e homens LGBTQI+, o que não era um problema, mas não era exatamente o que ele queria. Havia dado tudo de si na faculdade e não queria passar a vida toda publicando artigos como: ''Como se livrar de levar uma multa'' ou ''Como melhorar o seu corpo em 5 dias''. 

Bom, era mais uma segunda-feira e ele havia preparado um artigo sobre o sentimento das pessoas após a pandemia. Iria tentar mostrar para a sua editora chefe. 

- Paulo, isso é brilhante. - Philip diz sorrindo para ele. - Mas você sabe que ela não vai publicar isso, certo? 

- Eu sei, mas eu preciso tentar. - Ele fala dando de ombros meio cabisbaixo. 

- Sei de algo que pode te animar. - Philip diz com uma voz de provocação e sorrindo. - Lembra daquele cara que você flerta as vezes pelo  telefone? - Ele diz dando uma leve risada. - Ele te mandou um presentinho. - Finaliza mostrando os dois ingressos para assistir um jogo do Flamengo no Maracanã. 

- Não acredito. - Ele diz pegando os ingressos sorrindo. - Vai ser amanhã a noite. Moro aqui a um ano e nunca fui assistir um jogo no Maracanã. - Ele diz colocando os ingressos contra o peito sorrindo. Paulo não torcia para nenhum time do Rio de Janeiro, mas gostava de futebol e ir no Maracanã era empolgante para qualquer um que gostasse do esporte. 

- Vai levar quem? - Philip diz apoiando o rosto sobre as mãos

- Não faço ideia. - Ele diz se sentando em sua mesa de volta. -Miguel ainda não chegou né? Você sabe onde ele está? - Paulo pergunta para Philip preocupado enquanto olha o seu celular verificando se Miguel já havia o respondido. 

- Provavelmente em casa, ele me contou que aquele piá que ele tava saindo não respondia mais ele. - Philip responde encarando Paulo e dando um gole em seu chá. 

- Vamo, corre que a gente tem que buscar ele. A Barbara não vai aceitar outro atraso dele, ainda mais por esse motivo. - Paulo responde puxando Philip até o elevador. 

Depois de dez minutos correndo até o apartamento de Miguel, eles já chegam batendo na porta,  que logo é aberta com a figura do homem com o rosto inchado mostrando que ele estava chorando. Paulo e Philip entram já o abraçando. 

- Faz três dias que o Matin não me responde. - Ele fala com uma voz chorosa. - Não sei o que eu fiz de errado dessa vez. 

- Vamos, Miguel, se arruma logo. Você não pode deixar um maluco desse te tirar do eixo. - Paulo fala o acelerando.

- Ocê fala isso porque nunca passou pelo que eu to passando. - Miguel responde se jogando no sofá enquanto da uma fungada. 

- Para de falar bobagem, cara. Todo mundo passa por isso. - Paulo responde fazendo uma expressão de ofendido. Depois de longos minutos, finalmente o convenceram de se arrumar para voltarem ao escritório. 

Foram outros longos dez minutos de corrida voltando para a empresa, e longos minutos escutando Miguel desabafar sobre o seu relacionamento. 

- Acho que ele me largou porque disse que amava ele. - Miguel diz pensativo enquanto saem do elevador, recebendo olhares indignados de Paulo e Philip. 

- Não acredito que você falou isso, piá. Vocês estavam juntos a quanto tempo? - Philip pergunta 

- Dez dias. - Miguel diz. - Dez dias com ele foram diferente, quando fizemos amor pela primeira vez, eu até chorei depois. - Ele fala e seus amigos o encara mais indignados ainda. - Foi mágico. - Ele finaliza chegando em sua mesa enquanto seus amigos vão para as suas. 

Após alguns minutos, os três são chamados para a reunião onde cada um iria falar o que iriam escrever para a revista naquela semana.  Assim que todos chegaram, juntamente com Barbara que era a editora chefe, houve uma longa discursão sobre o que era bom ou não publicar. Até que chegou em Miguel. 

- Me discurpa, Senhorita Barbara, tive alguns problemas recentemente e não consegui pensar em nada. - Miguel diz cabisbaixo. 

- Problemas amorosos de novo, Miguel? - Barbara pergunta e recebe um aceno de Miguel. - Por que não escreve sobre isso? - Ela pergunta. 

- Ah não, senhorita Barbara, não quero expor sobre a minha vida assim. - Ele responde. 

- Entendo, querido. Então, quem topa escrever uma história inspirada no Miguel? - Barbará lança a proposta para todos que estavam na sala. 

- Eu aceito! - Paulo responde recebendo o olhar de todos da sala. 

- E como você pensa em escrever sobre isso? - Barbara o pergunta ficando interessada. 

- Bom, posso fazer uma matéria onde eu vou sair com um cara, e irei fazer tudo o que uma pessoa faz que acaba afastando o outro. - Disse animado, pensou mais um pouco. - O nome da matéria pode ser ''Como perder um homem em 10 dias?''. - Ele diz sorrindo. 

- Perfeito. Uma matéria sobre o que não fazer em um relacionamento. Achei incrível, Paulo. Consegue me entregar essa matéria na próxima quinta-feira? - Barbara o questiona arqueando uma sobrancelha. 

- Sim, claro. - Paulo responde sorrindo. E assim a reunião se encerra e todos saem da sala. 

Paulo estava animado, quem sabe se fizesse a matéria de sua vida não conseguiria o aval de Barbara para conseguir publicar sobre o que quisesse. Bom, não só ele estava animado como seus dois amigos também pois os três já estavam planejando onde iriam a noite para conseguir achar o felizardo que serviria de experimento para a matéria. 

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Fiz esse capítulo não tão grande pois o próximo será pelo ponto de vista do Rio. Minha pretensão é de fazer capítulos maiores mesmo. 

Nem tudo vai ser exatamente igual o filme, acho que é até melhor. E espero melhorar nas questões das gírias também, peço até desculpa. 

Bom, é isso. Beijos e espero que tenham gostado. 

Como Perder Um Homem em 10 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora