14- Eu quero ser o motivo.

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Coração de Paulo naquele momento estava meio descompassado. Passou o dia todo ansioso para saber o que Barbara acharia da matéria. Os olhos dela passavam pela tela do notebook lendo as palavras e ele apenas a olhava com expectativa.

- Isso não é o que eu esperava... é bem melhor. Meus parabéns, Paulo. - Barbara disse lhe dando um sorriso. - Vou te dar carta branca para escrever sobre o que quiser.

- Qualquer coisa? - Paulo perguntou com os olhinhos brilhando. Finalmente conseguiria escrever sobre o que quisesse.

- Sim, qualquer coisa.

- Até politica? - Paulo perguntou sorrindo.

- Ah, não. Não vamos jogar tão para o alto.

- Economia, religião? - Paulo perguntou com os olhos cerrados já desconfiado.

- Querido, quando eu digo que você vai poder escrever sobre qualquer coisa é que você não vai ficar preso somente na coluna do ''Como fazer''. As coisas tem que estar de acordo com o propósito da revista, entende? - Paulo ficou paralisado, pensando se ele deveria mesmo aceitar aquilo.

- Eu queria te agradecer pela oportunidade. - O paulista disse sorrindo. - E por tornar mais fácil a minha demissão. - Ele conclui se afastando e passando pela porta.

Se sentia leve naquele momento, poderia seguir o que de fato tinha sonhado para si. Não podia continuar escrevendo sobre coisas que não o interessavam e não contribuíam para nada.

-/-

Era domingo, e Paulo estava na casa de Miguel. Tinham combinado de assistir a final do campeonato na casa dele. Pelo menos não assistiria sozinho.

Estavam bebendo cerveja quando ouviram batidinhas na porta.

- Deve ser a comida que a gente pediu. - Miguel disse comemorando. Paulo se mantinha calado observando a televisão.

Miguel então levantou, pegou o dinheiro na bancada da cozinha e abriu a porta.

- Miguel? - Ouviu aquela voz e assim que viu Matias em sua frente, no impulso fechou a porta na cara do outro.

- Paulinho, não era o entregador de comida. - Miguel disse nervoso olhando para o amigo em seu sofá. - É o Matin. Me ajuda, que que eu faço?

- Fala com ele. - Paulo disse rindo e Miguel respirou fundo e concordou.

Abriu a porta de sua casa novamente e o homem não estava ali.

- Matin? - Miguel o chamou duas vezes e assim que colocou a cabeça para fora da porta, ele apareceu. - O que ocê ta fazendo aqui? - Miguel perguntou cruzando os braços.

- Eu... eu não sei. Estava ontem a noite no meu quarto, e... eu senti sua falta, o seu cheiro não tava mais no meu travesseiro. - Matias disse com vergonha. - Eu quero ele de volta. - Disse envergonhado olhando para Miguel que estava desconcertado com a declaração.

- Não sei se você pode ter ele de volta. - Respondeu tentando se fazer de difícil, mas assim que viu Matias ficar cabisbaixo ele reconsiderou. - Mas... mas quem sabe eu pense um pouquin melhor sobre. - Assim que ele disse, Matias concordou com um sorriso no rosto entregando um buquê de flores que ele tinha levado para Miguel.

O homem se aproximou meio incerto do mineiro que foi cedendo e aproveitou para lhe roubar um beijo que logo foi correspondido por Miguel. Paulo observava a cena feliz pelo amigo porém melancólico porque queria estar igual eles.

-/-

Ricardo estava no estúdio, gravando o seu tão sonhado comercial. Se sentia tão feliz naquele momento vendo sua ideia sair do papel e se concretizar. Todos estavam gostado de como estava ficando, faltavam poucos detalhes para ser finalizado.

Como Perder Um Homem em 10 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora