Capítulo 24

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Marcus

Chego ao restaurante com Kim na Broadway. Eu já vim nesse restaurante com Dylan. E a porra da coincidência ou do destino, sei lá, me trouxe ao mesmo restaurante que ele. O reconheço de costas, esses cabelos ondulados, postura certinha, e esse sueter. É ele.

-Oi? -Kim me chama atenção. A hostess me entrega o cardápio.

-Seu melhor vinho, por favor. -Digo ao garçon que chega logo em seguida. Pedimos a entrada também.

-Está tudo bem? -Diz. -Parece que viu um fantasma.

-Nada. -Sorrio para ela.

-Então, como foi a aplicação da prova?

-Deu certo. Levei meu assistente, uma aluna gata deu em cima de mim, mas isso é comum, todas as mulheres dão em cima se mim. -Ela ri. Olho de relance para Dylan ele não está mais de costas. Ele sorri, enquanto Tobias pega em sua mão. Me bate um sentimento filho da puta.

-Você é sempre Convencido. Mas eai, você sumiu depois da última vez. Culpa?

-Não, não me senti culpado por ter traído Kira, já não sentia absolutamente nada por ela, havia enjoado dela há muito tempo. -Ela bebe um gole de vinho.

-Isso é bem frequente para você? -Olho para ela com o cenho franzido.

-O que é frequente para mim, trair? Não. Não gosto de trair.

-Enjoar das pessoas. -Diz. -Você tende a isso, se empolga muito no início, se dedica, empurra com a barriga quando começa a desapegar e então você enjoa das pessoas, até acabar tudo. Não estou falando só dos seus namoros, tô falando de todas as pessoas que não incluam sua família, ou Malena. Eu nunca te vejo com alguém de verdade, amigos, namoros. Sempre está com alguém diferente a cada 6 meses. Bom, Kira durou 8 meses?

-Não lembrava o quanto você me conhece.

-Te conheço há três anos, sempre que queremos uma aventura, nós temos, mas ler você não é tão difícil. -Olho para Dylan. Ele parece falar algo sério. -Perdão, não queria te deixar sem jeito, não queria dizer que você é insensível.

-Só queria dizer que eu sou superficial, sem sentimentos e com bloqueio emocional.

-Superficial não. -Continuo olhando para Dylan. Dessa vez, Tobias aproxima a mão da dele e ele recolhe. Sinto uma satisfação ao ver isso. Sinto vontade de arrancá-lo de lá. Mas tenho que parar com esse egoísmo todo, não tenho?

-Pode ser que você tenha razão, ou pode ser que eu não tenha encontrado alguém que me despertasse interesse o tempo todo, que continuasse me despertando atenção, interesse e desejo. Sei lá. Isso inclui amizades também, não encontrei pessoas que tenham interesses além da fama e do dinheiro.

-Nunca conheceu alguém assim? -Olho para Dylan de novo.

-Não sei. -Penso. Bom, Dylan é assim, mas por quanto tempo? E o depois. Como ela disse no início tudo são flores, sempre. -Acho que não. E você? Estamos falando tanto de mim.

-Eu sou um livro aberto, você sabe que meu noivo morreu, que eu sou desprendida de qualquer emoção e amor, e só uso os homens e as mulheres.

-Mas não acha que um dia pode encontrar um homem ou mulher que te desperte o amor de novo?

-Se eu não dou brecha para isso, não vai acontecer. Eu não quero. Estou no auge da minha carreira. Ser promotora em toma bastante tempo, vou me candidatar ao senado, estou bem assim. Profissionalmente estou no meu auge, e é isso a única coisa que me importa.

-Te entendo. Se isso te faz feliz, continue. -Dylan levantou da mesa. -Licença, já volto. Vou falar com um conhecido. -Digo e sorrio para ela.

Dylan vai em direção ao banheiro, me aproximo da mesa e me sento, de frente para Tobias. Ele fica rígido e suspira.

Meu Inferno Prazeroso (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora