How We Used To Be

Dizem que os sonhos são como a gravidade, sempre te empurram para baixo, para o chão. Mas esses são os mesmos que nos fazem voar. Algumas pessoas apenas esquecem que tudo depende da intenção e intensidade com a qual você bate suas asas.

Bem vindos a How We Used To Be.

PS: COMENTEM PRA EU FICAR BEM FELIZINHA E RESPONDER VOCÊS!

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It Will Rain tocava no celular de Louis mais uma vez naquela manhã como uma trilha sonora de um filme digno de sessão da tarde. Era também o tipo de música que com certeza daria vida a um vídeo de Twilight no YouTube, como aqueles que o Tomlinson assistiu depois de viciar na leitura da antiga saga de Stephenie Meyer, admitindo que a era de crepúsculo realmente jamais envelheceria.

Há poucos minutos atrás, enquanto ele se esforçava penosamente para copiar a receita de rocambole que Johanna havia escrito apressadamente nas mensagens com o aviso de não conseguir ter feito o seu melhor cheesecake do mundo para aquela tarde, Harry sussurrava a letra daquela música risonhamente em sua orelha enquanto fazia movimentos bregas demais para alguém com menos de 40 anos.

— 'Cause there'll be no sunlight if I lose you, baby. There'll be no clear skies if I lose you, baby.

O de olhos azuis não sabia se sorria pela sua voz estranhamente afinada e bonita soando tão perto, por quão romântico aquilo parecia depois das últimas semanas, ou pelas cócegas que a respiração alheia o fazia ao atingir sua nuca. Talvez fosse pelo formato mal-feito do doce visivelmente enrolado de maneira chula, recheado com o glacê e a geleia de frutas que ele negou a ajuda do marido para fazer, mas ele não queria admitir aquilo naquele momento.

— Just like the clouds, my eyes will do the same if you walk away. Everyday it'll rain, rain, ra-a-a-ain... — arrastou a voz em uma espécie de "u" aguda e fora do tom e só quando já não conseguia mais segurar o riso, a nota e a pressão que suas mãos faziam na cintura do menor a sua frente, parou.

— E eu que estava prestes a dizer que você deveria desistir da NFL para apostar em um Grammy Award — balançou a cabeça em negação antes de se virar. — Péssima ideia.

— Hey! — exclamou em um falso tom ofendido. — Os melhores também falham.

Enquanto suas vozes fingiam uma discussão, seus músculos partiam para uma espécie de luta a mão livre que tinha tudo e nada ver com o domínio de poses e direitos quando as mãos de Styles pareciam com certeza querer roubar um pedaço da face de Louis para si, mas ao mesmo tempo admirava plenamente sua expressão feliz como se sua existência dependesse daquilo. De fato, depois do senso de culpa por tê-lo feito chorar tantas vezes no arco do último mês, era como se respirar o ar da sua felicidade fosse o único oxigênio inalável.

— Isso não foi uma falha, foi um atentado contra o Bruno Mar... — o nome foi cortado em sua boca quando os dentes de Harry puxaram a carne de sua bochecha para si, se arrastando levemente e gargalhando com os tapinhas fracos que o outro dava em seu abdômen. — Harry!

— Estou aproveitando o tanto de geleia que tem na sua cara porque deve estar mais gostosa que aquele doce estranho — murmurou baixo, já se afastando no meio da frase antes mesmo de encarar a expressão furiosa do de olhos azuis.

Um segundo foi o que levou para que Louis tirasse o guardanapo de seu ombro e atacasse, foi o tempo exato para que Styles já estivesse na sala cheia de caixas, tropeçando em uma delas antes de chegar ao corredor com uma gargalhada alta escapando de sua boca assim que o tecido atingiu suas costas.