ㅤcarlisle cullen. amor e condenação

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❛ Contagem de palavras: 1042

❛ Avisos: menção a morte, descrição de dor, desgate físico e psicológico.

❛ Contexto: quando uma doença te atinge e chega a tirar sua vida, Carlisle enfrenta um rápido dilema.

❛ Narração em 3° pessoa

laraculturee, pedido entregue!

❛ laraculturee, pedido entregue!

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⏤ Dr. Cullen... - a jovem mulher tenta dizer, mas a voz fraqueja no começo da frase. Carlisle, que guarda uma de suas mãos para si, aperta para reconfortá-la.

⏤ Não precisa dizer nada, economize sua energia. - diz suave.

Eles trocam um doce olhar e em seguida o aparelho que denuncia os fracos batimentos cardíacos dela, arrulha rudemente.

Os pensamentos do vampiro voam para possíveis diagnósticos, mas se lembra de todos terem sido descartados.

Cada vez que o coração da enfermeira falha, ele pode jurar que o dele próprio começa a bater.

Olhar para a mulher que ama e não poder passar da linha de profissionalismo só não é pior do que vê-la partir sem lhe confidenciar seus sentimentos.

Se ao menos pudesse conversar com ela fora do hospital o suficiente para ela se apaixonar por ele... Ele não conseguia ao menos prever a felicidade que sentiria.

E ela, a pobre enfermeira que virara uma paciente, não queria partir nos braços do homem que ama em segredo.

Em seus sonhos, Carlisle só a veria sofrer no dia que a prole dos dois nascesse, depois de anos com o amor reinando entre os dois. E a família dele, claro.

Ela amava quando os filhos do doutor vinham a visitar com olhares gentis e uma alegria inalcançável em seu leito de morte.

Mal sabia ela que eles a visitavam por querer ver bem aquela que passariam a chamar de mãe após séculos juntos.

Alice que adora relembrar visões onde sua querida madrasta demonstra instintos impecáveis e admiráveis.

Carlisle, portanto, não faz idéia da futura decisão que tomará em um momento de amor e, segundo seus fundamentos, condenação.

⏤ Sente vontade de apreciar algo, doutora? - aquele que já passou pela morte e sabia seu gosto amargo perguntou a mulher.

Ele estava ciente de certos desejos que cruzavam a cabeça dela. Graças a Edward, na recepção, que o avisava de tais apreciações.

Já acostumada com o "timing" perfeito do superior, ela só respondeu simples.

⏤ Não sei ao certo, mas sinto o gosto delicioso de batata frita em minha boca.

⏤ Isso é adequado para a senhorita nesse momento? - perguntou ele, se referindo a doença desconhecida dela que poderia agravar com falta de cuidados necessários.

⏤ Eu vou morrer de qualquer forma, Carlisle. - ela retrucou amarga, mas se arrependeu no mesmo momento quando viu o olhar pesaroso que cruzou o rosto do mais velho. ⏤ Me desculpe.

Ele sorriu de lado sem mostrar os dentes e se levantou da cadeira posicionada ao lado da cama.

⏤ Fique aqui, voltarei logo com seu pedido. - disse ele enquanto se afastava da cama.

⏤ Como se eu conseguisse sair daqui. - ela sussurrou para si mesma, mas o vampiro que tinha habilidades escutou em alto e bom som.

Saiu sorrindo triste, admirando a graça que sua parceira de trabalho possuía.

[...]

⏤ Por favor, alguém... - a voz fraca vacila ao pedir por socorro. ⏤ Não posso partir agora...

Graças ao quarto particular que garantiram a ela, ninguém escutava suas súplicas.

A jovem não sabia o que doía mais.

Se era a doença apertando pouco a pouco seu coração e a deixando impossibilitada de respirar ou o desejo não cumprido de ver Carlisle pela última vez.

Talvez fosse a doença, pela falta de ar que lhe atingia e deixava seu mundo escurer na medida em que o desespero toma conta.

Mas também poderia ser a ausência de Carlisle.

Para a mulher que enfrentou os piores momentos com bons pensamentos, a frase "vou morrer sozinha" lhe assombrava e piorava o estado do ar que não percorria os pulmões.

A vida vai se desprendendo de seu corpo quando em um último resquício de visão, a morte em sua forma majestosa aguarda pacientemente na porta.

⏤ Não... - Carlisle murmura no momento que pisa na entrada do hospital e escuta o bipe do aparelho de batimento cardíaco entrar em um ritmo contínuo.

Sem se importar com mais nada, ele corre em sua velocidade sobrenatural até o quinto andar do prédio.

Quando sobe a última escada e encara a porta dela, as possibilidades cruzam sua mente.

A batata que foi buscar já está fria em suas mãos, então ele joga na lixeira que está no corredor e caminha normalmente até sua amada.

Como se logo ali, um aparelho não soasse como um sino para anunciar sua morte.

Tudo é tão lento que, ironicamente, ele não consegue acompanhar.

Sua mão esquerda alcança a parte lisa da porta e a empurra com receio.

Carlisle olha para ela dormindo serenamente e deseja que realmente tudo não passe de um sono, mas o constante aviso do bipe não o deixa sonhar.

Ele se aproxima da enfermeira e ao tocar a pele dela, sente o sangue ainda fluindo por suas veias.

O coração, que pode escutar agora pela distância entre eles, bate fraco.

Cruza por sua mente a chance de ainda escutá-la rir. De ainda vê-la sorrir para os pacientes que estão próximos do fim como se nada pudesse abalar o momento.

Um filme inteiro passa por sua mente.

Uma "vida" inteira está logo ali, basta deixar seus instintos livres para ajudá-la.

Se transformar a mulher que ama como a si mesmo, seria condenado por roubar a morte de mais uma pessoa, mas teria ela.

O Cullen se conhecia o bastante para saber que não havia rancor algum em seu coração em relação as trapaças, mas caso desse a mordida nela, arrancaria da Dona Morte uma alma demasiadamente boa.

Mas que assim fosse.

Seus ouvidos não escutavam ninguém próximo e o cheiro denunciava que outros corpos necessitavam da atenção dos médicos.

Carlisle desligou a máquina que apitava sem pausa e preparou a fuga pela enorme janela do quarto que visava abraçar a natureza.

Se fosse fugir por ali, certamente pararia em um lugar perto de sua casa.

Então, quando teve certeza de não haver nenhum empecilho em seu caminho, agiu.

Fincou suas presas no pescoço da amada, saboreou o doce sangue e deixou o veneno atravessar cada partícula humana do corpo dela.

Quando a mulher começou a agonizar de dor, ele a levou.

🧛🏻

Por hoje é isso! Até a próxima atualização.

𝗜magines, CrepúsculoOnde histórias criam vida. Descubra agora