Capítulo 17: O perfeito número 7

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Pov Jimin

Há sete anos conheci o amor da minha vida, e ainda que naquele tempo eu não soubesse a dimensão desse sentimento, eu já sabia que o amava, antes mesmo de perdê-lo.

Quando Jungkook me deixou sozinho no banheiro da Hell Paradise, eu me senti um lixo e por um segundo me culpei pelo acidente de seu pai, porque talvez se eu não fosse um riquinho de merda, como ele disse, eu não estaria tão preocupado com meus próprios problemas naquela noite e não atenderia ao telefone, prestando atenção, assim, ao que Yun me dizia. Se eu me importasse com as pessoas ao meu redor naquele tempo, eu teria visto e compreendido todas as queixas de Yun, e talvez a gente não tivesse continuado nosso relacionamento por mais um ano de infindáveis discussões.

Todas as minhas decisões me levaram a Jungkook. Cada parte do meu passado construiu meu futuro e a pessoa que me tornei. Mudar algo nele, qualquer detalhe que fosse, poderia mudar toda minha trajetória e me impedir de ter conhecido o cara com quem um dia esbarrei em uma cafeteria no aeroporto. Ele se tornou a pessoa com quem eu mais me importo nessa vida. Então, por um segundo naquele banheiro, eu o entendi e me culpei por todo mal causado. Nos momentos seguintes, eu o odiei por me deixar para trás com assuntos inacabados, sabendo que no dia seguinte ele seguiria com sua vida e partiria de volta para Busan. Eu o odiei, e o odiei ainda mais por sequer conseguir odiá-lo de verdade, mesmo quando ele claramente havia desistido de nós e do nosso futuro.

No dia de sua partida, eu encontrei seu amigo Yoongi no evento da empresa de publicidade de Hoseok. Era bom ver que meu amigo estava feliz e radiante, como se ele fosse o próprio sol. Hoseok nem sempre foi assim, ele já passou por muita coisa para chegar até aqui. Aos dezoito anos ele saiu da casa dos seus pais porque não o aceitavam como ele é. Morando com sua avó, ele se formou na faculdade e com a pequena herança que ela o deixou quando faleceu, ele abriu sua própria empresa. Como filho único, ele tem direito a toda fortuna de sua família, mas ele fez seu próprio nome, como costumava dizer que faria, sendo maior que o sobrenome Jung. E eu me sinto muito orgulhoso da pessoa que ele se tornou.

Lembro-me de chegar ao evento quando quase todos já estavam indo embora, passei horas decidindo se iria sair de casa ou não. Eu sabia que se me deixasse levar pelo sentimento de ficar em casa, eu iria remoer todas as palavras ditas por Jeon, e isso me faria cair novamente em um estado de impotência e descontrole da minha própria vida, por isso eu fui. Era necessário aprender a controlar meus sentimentos assim como controlava minha vida profissional.

Na Hell Paradise, eu não conversei muito com Yoongi, então parecíamos dois estranhos que por terem uma pessoa em comum são obrigados a dividir o mesmo ambiente. Ficamos a maior parte do tempo em silêncio enquanto estávamos no evento, apenas observando as pessoas ao nosso redor e vez ou outra falando com outros convidados. A situação só mudou quando saímos os três para jantar.

- Pelo amor de Deus! Quem serve comida do tamanho de azeitonas nesses lugares? - Hoseok reclamava sentado na cadeira do restaurante de frango frito.

- O evento era seu, então acho que... você? - é o que digo e Yoongi ri.

- Não ri não, Yoon. Não dá corda para o Minie não. Quando se trata de ser um ogro com as pessoas, ele é profissional. - Hobi diz, fingindo incredulidade.

- Achei que fossem amigos - Yoongi fala dando de ombros e bebendo sua cerveja.

- E nós somos! - Hobi e eu dissemos juntos e gargalhamos com nossa resposta rápida.


Em certo momento da noite, observo Yongi olhar seu celular, digitar uma rápida mensagem e colocar o aparelho sobre a mesa. Meu coração gelou quando vi o apelido de Jeon na tela. Desviei o olhar e fingi interesse nas mesas ao redor, mas Hoseok nunca deixa passar nada, então lhe perguntou sobre seus amigos.

SEV7N ● JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora