- Eu não sei se eu entendi. - Spencer fala mais alto ao colocar o celular na cômoda ao lado para trocar de camisa.
- Porque você pensa como um gênio. É simples na verdade. - Roberta responde, a voz dela ecoa pelo quarto, o celular do agente estava no viva voz. As ligações estavam se tornando comum entre eles, ele por trabalhar até tarde, ou por chegar tarde em alguma outra cidade por causa do trabalho e ela por causa da boate, chegava em casa de madrugada. Ela quem ligou pela primeira vez para contar sobre um cliente que a tirou totalmente do serio, ela gostava de trabalhar com público, embora boa parte das vezes quisesse cometer assassinato contra alguém. As pessoas tinham o dom de serem maus educados. Ele não pode negar. Desde então eles trocavam mensagens e ligações entre o tempo livre.
- Não tem lógica. - volta a repetir, ela contava sobre algumas peças que ele poderia pregar em Morgan como vingança.
- Realmente não tem, ai está seu erro, querer achar logica nisso.
- As pessoas tem padrões de comportamentos.
- E as vezes alguns desses padrões são incoerentes, aceite.
- Está bem.
- Viu, eu tenho razão. - Ele ri, não ela não tinha, mas concordava com ela só para que ela não insistisse no assunto. Roberta era uma pessoa muito persistente, e insistiria no assunto até ele concordar. - Desculpa, realmente não deveria estar dormindo?
- Voltaremos para a delegacia as seis. - ele olha o relógio, ainda tinha trinta minutos antes de Morgan bater em sua porta. E não é como se ele conseguisse dormir bem com todo aquele caso que estava lidando. Alguns o perturbavam mais que outros, anos nesse trabalho e nunca conseguiria ficar indiferente as atrocidades que via.- E você, não deveria dormir?
- Não consigo. Madelyn vem esse fim de semana. Eu não a vejo a sete anos.
- E isso é ruim? - depois de tantos anos era esperado que ela ficasse feliz com a visita.
- Acho que ela me odeia, sei lá. Ela vem com o marido, que por sinal é médico e o filhinho deles de três anos.
- Por que ela te odiaria?
-Pelo mesmo motivo que meus tios me odeiam.
- Eles não te odeiam, Roberta, e Regina parece lidar com isso muito bem.
- Ah, ela era pequena. É diferente.
- Não é. Você acha isso deles, não eles. Se eles nunca disseram isso é sua insegurança falando, e sentimento de culpa.
- Está me perfilando. - ela acusa.
- Não, não estou. Só estou te dizendo que você está se preocupando a toa. Sente saudade dela, não sente?
- Muita. - escuta alguns barulhos de fundo e um longo suspiro dela. - Meu tio foi no Moons ontem. - ela fala. E ele agora entende toda a aflição dela, e por que ela o ligou e divagou por horas.
- Como foi?
- Encheu meu saco, umas baboseiras sobre eu servir os clientes. De Martin ficar no escritório, eu ser tão dona quanto ele e ficar no bar servindo. Ele foi um idiota. Eu amo o que eu faço. E não me sinto inferior por isso.
- Você não é. Não precisa corresponder as expectativas dele. E seu trabalho é ótimo. - responde enquanto verificavam se havia pego tudo, distintivo, revolver, a pasta com os papeis do caso.
Spencer achava toda essa pressão da família dela um deliro, uma família de linhagem de médicos, a ideia de impor aos filhos a mesma carreira da família era cruel e irreal. Infelizmente era algo muito comum, pais quererem controlar a vida dos filhos.
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Blank Space
FanficRoberta Brodeur sempre foi inconstante, nunca gostou de se prender a ninguém e a nenhum lugar. Ela gostava do novo, do inusitado, do encantador. Se apaixonava e desapaixonava no mesmo instante e na mesma intensidade. E após anos longe dos Estados U...